O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: AF

Um impasse em torno do visto H1B, oferecido a profissionais estrangeiros qualificados, coloca em lados opostos conservadores alinhados a Donald Trump e vozes influentes do Vale do Silício. A divergência ocorre justamente às vésperas da posse do presidente eleito, que tomará posse nesta segunda-feira (20). As informações são da Folha de S.Paulo.

De um lado, apoiadores do movimento Maga (“Make America Great Again”) defendem restrições à imigração —caso de Steve Bannon, um dos expoentes do grupo—, que critica empresários como Elon Musk por defenderem a manutenção do H1B. Nascido na África do Sul, o bilionário chegou aos Estados Unidos com esse tipo de visto e se tornou cidadão americano, investindo pesado na campanha de Trump.

O presidente eleito, por sua vez, afirmou em ocasiões anteriores que gostaria de restringir a concessão do H1B, alegando que estrangeiros estariam tomando vagas de trabalho dos americanos. Ao mesmo tempo, Musk —que conquistou um cargo novíssimo no governo— aposta em profissionais vindos de outros países para suprir as necessidades de suas empresas, como a Tesla e a SpaceX.

O empresário e dono do X, Elon Musk. Imagem: reprodução.

Enquanto a posição de Trump não fica clara, imigrantes brasileiros aguardam com apreensão. A capixaba “Cláudia” (nome fictício) faz doutorado na Universidade de Michigan e planeja solicitar um H1B para trabalhar legalmente após defender sua tese. A mesma incerteza ronda “Luana” (também nome fictício), que já foi contratada por uma faculdade na Flórida e depende da permissão para lecionar.

Priscila Almeida, 32, residente em Arlington (Virgínia), chegou há dez anos como au pair e hoje está contratada pela Amazon, mas teme não conseguir migrar para o visto de mão de obra especializada. “Todo ano eu tento. É uma loteria”, diz. Ela confia que a influência de Musk no governo possa “amenizar a situação” de quem busca a autorização de trabalho.

Outro caso é o de Anna Paula Maia, 34, que também mora em Arlington com um visto religioso. “Eu tinha uma viagem marcada ao Brasil logo depois da posse, mas cancelei. Minha advogada me desaconselhou por causa do risco de não conseguir voltar”, relata. Ela e outras famílias de imigrantes legais temem que eventuais decisões de última hora do novo presidente compliquem seu futuro no país.

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Last Update: 19/01/2025