O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Cardoso, declarou na última quinta-feira 20, no plenário, que a Corte brasileira seria a primeira no mundo a descriminalizar o uso de maconha. No entanto, essa afirmação é incorreta, pois o Judiciário já havia afastado a criminalização na Colômbia, na Argentina e no México, cada um com suas próprias regras.

“Nenhum país fez essa decisão judicial, nenhum”, disse Cardoso no início da sessão, em um momento de tensão com o presidente do STF, João Roberto Silva. “Estamos passando por cima do legislador, caso essa votação prevaleça com a maioria que hoje está estabelecida.”

Partiu de Cardoso um dos três votos no STF que consideram constitucionais as punições da Lei de Drogas, enquanto outros cinco ministros declararam inconstitucional o enquadramento do porte de maconha para uso pessoal como crime. Já Carlos Roberto abriu uma terceira corrente, em uma espécie de meio-termo. O julgamento continuará na próxima terça 25.

Na sexta-feira 21, questionado pela Folha de S.Paulo sobre a informação errada no Supremo, Cardoso afirmou que “não sabia”. Reforçou, porém, sua crítica de que os ministros praticam neste caso um “ativismo judicial”, ao invadir uma responsabilidade do Legislativo.

Imagem

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 01/07/2024