Uma entrevista publicada pelo jornal palestino Al Quds, na matéria Prisoners from Gaza who left Ofer tell Al-Quds horrific testimonies, expõe uma parte da brutalidade imposta por “Israel” aos presos palestinos, renova a verdadeira natureza criminosa do sionismo e da ocupação imperialista na Palestina, um aparato de terror e opressão que se esconde por trás de um verniz de “civilização” e “democracia”.

Com apenas 18 anos, Mohammed Abu Saif já experimentou o que muitos chamariam de um inferno na Terra. Suas palavras, ao relatar os horrores vividos dentro de Ofer, são um testemunho irrefutável da selvageria sionista.

Com as mãos e pés amarrados, vendado, ele foi submetido a uma rotina de tortura física e psicológica que incluía desde espancamentos brutais até a humilhação de ser forçado a beber urina. A cada relato de Mohammed, a natureza monstruosa de “Israel” se torna mais evidente.

Na prisão de Ofer, Saif relata que ele e seus companheiros foram forçados a dormir no chão, com as mínimas condições de sobrevivência negadas.

Os soldados israelenses, em uma prática bárbara, amarravam suas mãos fora das celas e as quebravam a golpes, enquanto cães de guarda eram soltos sobre eles para aterrorizar os prisioneiros. A violência gratuita e desumana, onde até mesmo um pedido por comida resultava em agressão física, não deixa dúvida de que o sionismo é um empreendimento criminoso de extermínio.

Ahmed Al-Wadiyya, outro prisioneiro, descreveu ao Al Quds a tortura sofrida com choques elétricos, a humilhação de ser despido e pendurado enquanto era espancado até a beira da morte. Essas práticas, dignas de um regime nazista, desmascaram a hipocrisia de “Israel” ao se apresentar como um exemplo de regime democrático no Oriente Médio.

Não há como conciliar os horrores que esses prisioneiros vivenciam com a ideia de um Estado que respeita a dignidade humana. Pelo contrário, o regime israelense demonstra, através de suas ações, que sua existência é sustentada pela violência, pela opressão e pelo sangue do povo palestino.

A propaganda criada para defender “Israel” e difundida pelos órgãos de imprensa do imperialismo é desmontada pelos relatos horripilantes de jovens como Abu Saif e Al-Wadiyya, que demonstram uma realidade totalmente oposta, onde o terror é a norma. Essa realidade não é um erro ou uma exceção, mas a essência do projeto sionista.

A monstruosidade sionista apenas reforça a necessidade de uma resposta à altura. O sofrimento dos prisioneiros palestinos, como Abu Saif, é um chamado para a intensificação da resistência armada. O enfrentamento, tal como vem sendo conduzido pela Resistência Palestina liderada pelo Hamas, se apresenta como o único caminho viável para pôr fim ao martírio quase centenário imposto ao povo palestino.

A experiência dos prisioneiros palestinos deve servir como um grito de guerra para todos aqueles que lutam pela libertação da Palestina. “Israel” pode tentar ocultar suas atrocidades com propaganda e manipulação, mas não pode apagar a verdade que emerge das celas de suas prisões. A libertação da Palestina, com suas crianças, mulheres, e homens livres da brutalidade sionista, será conquistada através da força, da coragem e da luta incansável contra o inimigo opressor.

Abaixo, reproduzimos a entrevista concedida ao Al Quds na íntegra:

“Um dos prisioneiros pediu um gole de água, então o soldado urinou em uma garrafa e o forçou a beber,” disse o jovem prisioneiro Mohammed Abu Saif, de 18 anos, que narrou os detalhes da jornada de morte que ele e os outros prisioneiros enfrentaram dentro dos muros de Ofer.

Abu Saif contou ao Al-Quds.com: “Isso não é uma prisão, mas um inferno. Vimos a morte em todas as suas formas, e cada minuto que passamos lá dentro foi como mil anos.”

Ele continua: “Os soldados me espancaram e torturaram, e durante todo o caminho até a prisão, me chamaram de palavras obscenas e vulgares, até que cheguei a uma prisão cujo nome não sei, mas que era um quartel.” Ele acrescenta: “Eu queria dormir lá dentro.”

Não só isso, mas os soldados amarraram as mãos e os pés de Mohammed e vendaram seus olhos, numa política de retaliação que a ocupação israelense segue com todos os detidos em Gaza.

Ele [Abu Saif] acrescentou: “Eles nos forçaram a nos ajoelhar, a não nos movermos e a olhar para os lados. Só dormíamos da meia-noite até as quatro da manhã, depois voltávamos à tortura, abuso e espancamentos.”

Mohammed passou doze dias no quartel, e então, os soldados o levaram em um tanque. Ele acrescentou: “Durante todo o caminho, eles me espancaram com os canos de suas armas, cuspiram em mim e me chamaram pelos piores nomes.”

Quando Mohammed foi transferido para a prisão de Ofer, o verdadeiro sofrimento começara para ele, tanto física quanto psicologicamente: “a prisão de Ofer era muito ruim, faltava o mínimo necessário para a vida, e éramos 15 prisioneiros dentro da cela, a maioria de nós foi forçada a dormir no chão.”

Pela abertura da porta da cela, o soldado israelense obrigou Mohammed a colocar as mãos do lado de fora. Ele narra: “O soldado nos forçou a colocar as mãos para fora, e então as golpeava até que se quebrassem.”

Não só isso, mas o soldado também soltou cães policiais para invadir a cela. Ele continua: “Os cães nos atacaram, e alguns de nós sofreram hematomas e contusões, sem mencionar o estado de pânico e terror que os soldados espalhavam em nosso psicológico para nos torturar.”

Sobre as situações mais difíceis que Mohammed vivenciou dentro da prisão, diz: “um soldado cuspiu na boca de um dos prisioneiros só porque ele pediu comida.” Ele acrescenta: “passei 41 dias nas prisões da ocupação e foi realmente um inferno.”

Outro sofrimento foi vivido pelo prisioneiro Ahmed Al-Wadiyya dentro da prisão de Ofer. Ele contou ao Al-Quds.com: “o soldado amarrou minhas mãos e olhos, me despiram de minhas roupas, me penduraram pelas mãos e começaram a espancar meu corpo com choques elétricos.”

Ele descreve o momento em que foi eletrocutado: “foi um dos momentos mais agonizantes. Nunca imaginei que sobreviveria. Isso é loucura e vingança cometida pelos soldados contra nós.”

Ahmed foi preso dentro de sua casa no bairro de Shuja’iyya, a leste da Cidade de Gaza, quando a ocupação israelense surpreendeu o bairro bombardeando-o do ar e da terra, e lançando uma operação militar que durou duas semanas.

“Ficamos presos em casa por dez dias, e no dia seguinte os soldados invadiram a casa e forçaram as mulheres a saírem para o oeste, depois nos obrigaram a tirar nossas roupas e nos interrogaram por três dias.”

Os soldados transferiram Ahmed para a prisão de Sufa, onde ele foi torturado, abusado e humilhado das maneiras mais severas. “Passei 15 dias na prisão de Sufa, e cada dia foi uma tortura nova e mais severa do que a anterior.”

Da prisão de Sufa para a prisão de Ofer, e entre elas houve vários tipos de sofrimento. “Os soldados nos impediam de comer e beber, e só nos davam comida uma vez ao dia. Nossa saúde deteriorou e perdemos metade do nosso peso. Tudo isso afetou nossa saúde física e psicológica.”

“Quando entrei na prisão, soube o que significava ser um prisioneiro,” disse o ex-prisioneiro Adham Bahar, ao começar a falar sobre seu sofrimento dentro da prisão de Ofer:

“Eles nos torturaram das maneiras mais severas, e quando ficávamos doentes, os soldados se recusavam a nos levar ao médico, negligenciando deliberadamente nossa saúde até o ponto de morte.”

“Quando o prisioneiro espuma branco pela boca, só então o levam ao hospital. Caso contrário, o deixam sofrer em sua dor.”

Ele pergunta em frustração e impotência: “o que significa estar na prisão de Ofer? Eles me espancaram e insultaram. Eles não me trataram como um ser humano, mas como um animal, nada mais.”

Adham passou vinte dias em uma prisão na Faixa de Gaza, depois os soldados o transferiram para a prisão de Ofer. “É um inferno [Ofer], uma jaula de ferro, onde você é proibido de comer ou beber, muito menos se mover, ou mesmo se esquecer e olhar para o lado direito, você é exposto à tortura e abuso.”

“Uma vez, cães policiais invadiram a cela e me morderam, sem mencionar meu fantasma com minhas mãos levantadas e depois o soldado me eletrocutou.”

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Última Atualização: 25/08/2024