O tema da Análise Política da Semana foi “Biden-Kamala organizam golpe fascista na Venezuela”. Raul Costa, presidente do PCO, faz uma análise profunda do que está acontecendo no país vizinho: uma tentativa de golpe em curso liderada pelo imperialismo americano que conta com o apoio de alguns governos fantoche, como o de Gabriel Boric, no Chile; e também com o silêncio dos governos da Colômbia, México e Brasil, que podem trazer graves consequências para o movimento operário.

Um importante destaque, logo no início da Análise, foi a apresentação da mensagem de Ismail Hanié endereçada especialmente ao povo brasileiro. Hanié, líder do Hamas, foi covardemente assassinado por “Israel” com o auxílio britânico e americano. Esse crime foi praticado em solo iraniano. O Irã hasteou a bandeira da vermelha da vingança e prometeu retaliar duramente os sionistas.

Pimenta disse em sua fala inicial: “Nós hoje faremos aqui um pequeno ato em homenagem ao líder do Hamas, Ismail Hanié. Temos a intenção de fazer um ato de muito maior vulto, e para isso já estamos convidando a todos para que participem. [Será] um ato de total de repúdio ao crime perpetrado pelo sionismo. Podemos dizer com toda a tranquilidade que isso rompeu todos os atos de civilização e de humanidade possíveis. Assassinar uma pessoa que está negociando a situação na Faixa de Gaza, é como no meio de uma reunião se levantar e dar um tiro na pessoa que está do outro lado. Só é possível essa ação por gente que perdeu totalmente os vínculos com qualquer tipo de relacionamento humano. É importante que a gente destaque essa face do horror sionista.”.

Liberdade de expressão

Raul Costa fez uma avaliação sobre a questão da liberdade de expressão. Disse que “um sinal da evolução da situação política brasileira e mundial é a maneira rápida e contundente como certas coisas estão se confirmando… a sanha de censura à qual uma parte da esquerda aderiu, servia para ocultar os crimes do imperialismo, da burguesia contra os povos do mundo. Não tinha nenhuma função positiva. Tentaram nos educar politicamente que seria uma arma dos povos oprimidos contra a extrema-direita. Propuseram que deveríamos censurar especificamente a internet, não, a grande imprensa”.

Em sua fala, Pimenta explicou que se tratava de uma subserviência desses setores que não tinham coragem de pedir que, se fosse o caso de regulamentar a internet, que se regulamentasse também a Rede Globo. E que isso servia para “restabelecer o monopólio da mentira, da falsificação, do crime, pelos grandes meios de comunicação controlados pelo imperialismo”.

Para comprovar essa tese, Raul C. Pimenta diz que tivemos dois grandes acontecimentos: “Primeiro foi a questão de Gaza, toda a grande imprensa mundial tem se dedicado nesses últimos dez meses a justificar os crimes do sionismo, caluniar a Resistência Palestina. Na internet, grande parte daquilo que denuncia esses crimes é censurado”. “A grande imprensa deita e rola, faz uma verdadeira orgia de mentiras. Ao passo que nós, que defendemos os palestinos que estão sendo massacrados, sofremos com processos judiciais, com a restrição de doações nas nossas redes sociais etc. Esse é o resultado da política de ‘censura do bem’, serve para apoiar o genocídio”.

Outro desdobramento dessa política, que Pimenta destacou, foi o golpe na Venezuela: “O imperialismo começou com a publicação de falsas estatísticas que davam a vitória da oposição venezuelana”. Destacou que isso já era uma preparação para se desconsiderar o resultado das eleições. Propagou-se que a oposição venceria com 70% dos votos e Pimenta perguntou: “Cadê os caçadores de fake news? Não tem, quando se trata do imperialismo, não tem fake news”.

Embora a esquerda diga que a censura serve para nos proteger da extrema-direita, ela faz justamente o contrário, pois preserva figuras como Netanyahu, que é um extremista, um fascista.

Oposição venezuelana e o fascismo

Outro fato importante destacado foi a fala sobre o candidato da oposição na Venezuela, Edmundo Gonzáles Urrutia, é “um conhecido colaborador dos grupos de extrema-direita mais horrendos do mundo, de El Salvador”. Explicou que no final da década de 1970, grupos paramilitares conhecidos como ‘esquadrões da morte’, como a famosa Mão Branca, que realizaram inúmeros crimes e assassinatos, como o estupro e assassinato de seis freiras, bem como o assassinato do arcebispo enquanto este rezava uma missa. “O golpe na Venezuela, vamos deixar bem claro, é levado adiante por meio da extrema-direita”.

Em sua análise, o presidente do PCO diz que “daqui para a frente, o cenário político que nós estamos vivendo no que diz respeito à imprensa, à comunicação, vai se agravar e muito. Não é por acaso que as nossas colocações sobre isso estão tendo uma comprovação tão rápida com vários exemplos e tão contundente. É porque a situação política está se acirrando internacionalmente”.

Uma fala muito importante foi quando disse que censura na internet é uma política de guerra: “O imperialismo, de um modo geral, só não vai para uma guerra aberta contra a China e a Rússia porque para isso precisam de uma preparação. Mas é óbvio que eles estão colocando a possibilidade do conflito militar na ordem do dia. E por isso na censura na internet precisa ser muito grande”.

Pimenta mostrou que o imperialismo precisa fazer uma grande campanha de propaganda da luta do bem contra o mal. Que o bem seria Netanyahu, Biden; e que o mal seria Putin, etc.

Dentre as importantes falas, vamos destacar algumas que montam o quadro da situação atual na Venezuela e seus possíveis desdobramentos para nós, da América Latina.

Raul Costa Pimenta definiu o que aconteceu na Venezuela: “Um golpe de Estado programado há muito tempo”. Demonstrou que o imperialismo fingiu um acordo propondo que se a Venezuela realizasse eleições democráticas as sanções seriam suspensas, o que “já era um golpe”.

Outro destaque de Pimenta foi de que Maria Corina Machado deveria, por tudo o que fez, estar na cadeia, não apenas incapacitada de participar das eleições, pois “teve participação no golpe de Estado contra Chávez. Crime de Estado apoiado pelo imperialismo é um crime de lesa-pátria. Ela fez parte, inclusive, do governo golpista. Apoiou todas as medidas de Juan Guaidó, como o roubo da propriedade do Estado venezuelano pelo imperialismo. Fez diversos chamados por intervenção militar contra o governo da Venezuela”.

Vimos na Análise de que a Venezuela está sendo agredida, pois “não tem ninguém capaz de dizer que houve uma fraude, ninguém mostrou nada. O principal testemunho da suposta fraude é o relatório, que não diz nada também, de uma tal Fundação Carter, que é uma fundação do governo americano, um governo inimigo da Venezuela”.

Consequências

Raul Costa Pimenta destacou o fracasso da política do governo do PT, pois a Venezuela está sendo atacada pelo imperialismo. Com a vacilação, com o silêncio, Lula não terá autoridade para se apresentar como um representante da América Latina.

Toda essa vacilação apenas dará ainda mais força para a extrema-direita, que se sente fortalecida, o que só poderá ser muito ruim para esquerda. Disse também que chegou o momento de a esquerda se reunir amplamente para discutir uma ação.

Para assistir em detalhes, clique aqui, pois a análise está imperdível, toca em pontos cruciais que a esquerda deve observar, pois a situação política está escalando rapidamente no mundo, uma vez que a crise do imperialismo pode obrigá-lo a ficar ainda mais agressivo.

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Última Atualização: 04/08/2024