O líder da bancada do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), repudiou o novo aumento da taxa Selic. Ele ressalta que a decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central tem forte impacto fiscal e aumenta a desigualdade social no país.

Por meio das redes sociais, Lindbergh afirmou que a elevação da Selic desestimula investimentos. “Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central. A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos. É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde”, disparou Lindbergh em longa mensagem em seu perfil na rede social X.

O parlamentar assinalou que o crescimento da dívida não vem dos programas sociais com saúde ou educação e, sim, do pagamento de juros.

“Em 2024, o déficit nominal foi de R$ 988 bilhões. Sabe quanto foi de gasto primário (políticas públicas de saúde, educação, previdência etc)? R$ 18 bilhões. Os outros R$ 970 bilhões foram para juros da dívida”, sublinhou.

O Banco Central, segundo Lindbergh, não pode ignorar o impacto fiscal de sua política monetária. “Se dizem que a dívida preocupa tanto, por que a política de juros não considera o custo que ela própria impõe às contas públicas?”, questionou, ao apontar o disparate do sistema tributário brasileiro.

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“Vejam o tamanho do problema: o sistema tributário é absolutamente desigual, os super ricos não querem pagar impostos, ganham muito dinheiro com as aplicações com juros altos e insistem em cortar programas sociais de saúde e educação, bem como desvincular o salário mínimo da previdência”, analisou.

Segunda mais alta taxa do mundo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) de 14,75% para 15% ao ano, a segunda mais alta do mundo e o encargo mais oneroso ao país desde 2006, primeiro mandato do presidente Lula. Essa também é a sétima vez seguida que o BC opta por aumentar a Selic.

Apesar de catastrófica para a economia, a política monetária contracionista do BC pode ser revertida na próxima reunião, a se confirmar o cenário esperado, conforme indicou o Copom em comunicado à imprensa.

No próximo encontro, previsto para o fim de julho, os diretores vão deliberar se a alta dos juros, “considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

O último Boletim Focus trouxe uma revisão para baixo da estimativa de inflação do mercado financeiro para 2025: de 5,44% para 5,25%. A meta firmada pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).

Da Redação

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Last Update: 19/06/2025