Claudia Sheinbaum. Foto: Divulgação

O México rompeu o silêncio e reagiu à guerra comercial iniciada por Donald Trump. Neste sábado (1), Claudia Sheinbaum anunciou em suas redes sociais a adoção de “medidas tarifárias e não tarifárias” em resposta ao imposto de 25% sobre suas exportações para os Estados Unidos. Confira o texto publicado pela mandatária em seu perfil do X neste sábado (01):

Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca contra o Governo do México, acusando-o de manter alianças com organizações criminosas, bem como qualquer intenção intervencionista em nosso território.

Se há alianças com o crime em algum lugar, elas estão no comércio de armas dos EUA, que fornece armamento de alto poder a esses grupos, como demonstrado pelo próprio Departamento de Justiça americano em janeiro deste ano.

Nosso governo apreendeu, em apenas quatro meses, mais de 40 toneladas de drogas, incluindo 20 milhões de doses de fentanil, e prendeu mais de dez mil pessoas ligadas ao tráfico.

Se o governo dos EUA realmente deseja combater o grave consumo de fentanil em seu território, deveria reprimir a venda de drogas em suas cidades e combater a lavagem de dinheiro que financia essa atividade ilegal, tão prejudicial à sua população.

Também poderia promover uma campanha massiva para desestimular o consumo dessas substâncias e proteger sua juventude, como temos feito no México. O problema da distribuição e do consumo de drogas está nos EUA, e trata-se de uma crise de saúde pública que ainda não foi resolvida.

Além disso, a epidemia de opioides sintéticos no país tem origem na prescrição indiscriminada desses medicamentos, autorizada pela Administração de Drogas e Alimentos (FDA), como evidenciado no julgamento contra uma grande farmacêutica.

 

Claudia Sheinbaum. Foto: Divulgação

O México não busca confronto. Defendemos a cooperação entre países vizinhos. Nosso objetivo não é apenas impedir que o fentanil chegue aos EUA, mas que não chegue a lugar nenhum. Se os EUA querem combater os grupos criminosos que traficam drogas e promovem violência, devemos trabalhar juntos, sempre com base na responsabilidade compartilhada, confiança mútua, colaboração e, sobretudo, respeito à soberania, que não é negociável. Coordenação, sim; subordinação, não.

Por isso, proponho ao presidente Trump a criação de uma mesa de trabalho com nossas melhores equipes de segurança e saúde pública.

Problemas não se resolvem com imposições tarifárias, mas com diálogo, como fizemos recentemente com o Departamento de Estado dos EUA para tratar da migração, sempre respeitando os direitos humanos.

O gráfico publicado pelo presidente Trump em suas redes sociais sobre a redução da migração foi elaborado por minha equipe, que mantém constante comunicação com a sua.

Instruo o secretário de Economia a implementar o plano B, que inclui medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México.

Nada pela força; tudo pela razão e pelo direito.

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Last Update: 02/02/2025