O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomará posse nesta sexta-feira (10) para exercer seu terceiro mandato à frente do Palácio de Miraflores. O cenário, no entanto, é de tensão, em meio às ameaças constantes da oposição de interferir na cerimônia do chavista.
Maduro foi eleito em 28 de julho passado com 6,4 milhões de votos, 51,97%, contra 5,3 milhões, 43,18%, do opositor Edmundo González Urrutia. Desde então, o resultado é questionado pela oposição, que buscou o apoio de líderes estrangeiros da extrema-direita para pressionar o governo de Maduro, que garante uma posse sem intercorrências.
Na véspera da posse, os extremistas mobilizaram os opositores a saírem às ruas. As manifestações, no entanto, foram esvaziadas. A ofensiva não parou por aí e a líder opositora venezuelana María Corina Machado disse que foi “retida à força” ao final de um protesto em Caracas. Em seguida, ela afirmou que foi “liberada”. O governo de Maduro nega a ação.
Em resposta a suposta situação, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, usou sua plataforma Truth Social para sair em defesa de Corina e González, além de ameaçar os chavistas. “A grande comunidade venezuelano-americana nos Estados Unidos apoia esmagadoramente uma Venezuela livre e me apoiou fortemente. Esses lutadores pela liberdade não devem ser prejudicados e DEVEM permanecer SEGUROS e VIVOS!”, afirmou o republicano.
González articula interferência
Vivendo na Espanha desde setembro de 2024, após ter recebido asilo do país, González declarou que voltaria a Caracas, hoje, para se consagrar presidente. Ele é alvo de um mandado de prisão emitido pela Justiça venezuelana, investigado pela publicação de supostas atas eleitorais que “comprovam” sua vitória.
Na última segunda-feira (6), o opositor se reuniu com o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington. O Venezuelano afirmou que a reunião foi “longa, frutífera e cordial” e que os EUA demonstraram apoio à troca do governo de Caracas.
Antes disso, González também se encontrou com os presidentes da Argentina, Javier Milei; e do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Vale ressaltar que, após a posse, Maduro deve liderar o Poder venezuelano até janeiro de 2031. Se o mandato se concretizar, o chavista será o presidente mais longevo da história da Venezuela, com 18 anos no cargo e superando Simón Bolívar – que chefiou o governo por 15 anos.
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