Numa mistura de clínica estética e improviso tropical, o Brasil antecipa a estreia do Mounjaro, medicamento usado para obesidade e diabetes em forma de caneta, com aquele velho jeitinho brasileiro. O país onde se faz plástica em parcelinhas virou também ponto de venda paralela de um remédio milionário, que nem sequer chegou legalmente ao mercado. Vem da biotecnologia de ponta, passa pelo marketing de likes e termina injetado no corpo sem receita, sem farmácia, sem vergonha. Nutricionistas viram prescritores, biomédicos posam de clínicos, e a Anvisa corre atrás da seringa. Enquanto isso, a farmacêutica Eli Lilly assiste de camarote à farra da tirzepatida fake, contrabandeada e potencialmente letal. O que era para tratar diabetes virou obsessão estética, e o que era promessa de saúde virou ameaça pública. A medicina, que já andava mercantilizada, agora passa pela esquina do improviso, com direito a consulta por WhatsApp. E em julho, quando tudo for legal, talvez já seja tarde para alguns corpos ansiosos.

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Last Update: 03/05/2025