Na mira do Supremo Tribunal Federal em investigações sobre a articulação golpista para se manter no poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçará sua defesa com o advogado Celso Vilardi.
O martelo foi batido nesta quarta-feira 8, durante uma reunião em Angra dos Reis (RJ), segundo relatos de aliados. Na semana passada, Bolsonaro autorizou interlocutores a sondarem o criminalista sobre seu ingresso na equipe, da qual também fazem parte Daniel Tesser e Paulo Cunha Bueno.
Procurado pela reportagem, Vilardi não respondeu. O espaço segue aberto.
O criminalista já advogou, entre outros, para empresas de Eike Batista, executivos da empreiteira Camargo Corrêa e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
A postura do STF na condução das investigações a respeito da trama golpista recebeu recentes elogios de Vilardi. Há dois meses, por exemplo, o advogado afirmou à revista Veja que a tese de perseguição política contra os investigados “não se sustenta” e “está fora do contexto”.
“O golpe foi impresso no Palácio [do Planalto], tinha gente em campo. Óbvio que o Brasil está vivendo essa polarização, as pessoas dizem que há perseguição política, mas infelizmente nesse caso não tem nada de perseguição. Tinha uma trama, um golpe, uma tentativa de golpe”, destacou Vilardi.
Ele também já discordou, em entrevista à CNN Brasil, do argumento de que o ministro Alexandre de Moraes estaria impedido de relatar o inquérito do golpe — uma estratégia utilizada pelos advogados de Bolsonaro. “Não se trata apenas de uma ameaça a um ministro específico, mas sim de uma tentativa de golpe ao Estado de Direito como um todo”.