Na dança pela paz, por Charles Gentil

Em Novembro, em Caracas, Nicolás Maduro celebrou, em ato público, o Dia dos Estudantes, de forma alegre, com uma música eletrônica remixada a partir de fragmentos de um discurso que havia,anteriormente, pronunciado contra as ameaças dos Estados Unidos à soberania do povo da Venezuela.

Naquela ocasião e, em 1° de Dezembro, voltou a fazer passinhos e dançar,agora,durante ato com organizações comunitárias.

Com isso, apesar das pressões feitas pelo governo de Trump, há um esforço sincero de Nicolás Maduro, no sentido de denunciar não só que a soberania da Venezuela está em risco, mas também a estupidez da guerra.

Aliás, a estupidez das ameaças contra a Venezuela fica patente quando os Estados Unidos no combate às drogas, sobretudo, o fentanil ( poderoso opioide sintético), desconsidera que a maior parte da substância referida tem origem na China e é processada em laboratórios no México sendo, então, sob a coordenação de organizações criminosas mexicanas, que entra nos Estados Unidos.

Com isso, evidencia-se que as pressões contra a Venezuela, apesar do pretexto dos Estados Unidos no combate às drogas, na verdade, ocorre devido aos interesses do governo norte-americano pelos recursos naturais que a Venezuela detém:

1. Possui as maiores reservas de petróleo do mundo.

2. Possui diversidade de minerais críticos como:

    *A:* *Ouro*, usado em equipamentos eletrônicos como celulares, computadores,etc
    *B:* *Diamante,* usado como semicondutor na microeletrônica e fabricação de máquinas que  perfuram rochas 
  *C:* *Carvão*, usado em usinas termelétricas para geração de energia e também na indústria química para produção de plásticos e fertilizantes.
  *D:* *Bauxita*, usada para produzir o alumínio das janelas e das embalagens de latas, bem como na indústria aeroespacial na produção de motores e asas de aviões.
 *E:* *Minério de ferro*, usado desde a produção de utensílios domésticos à fabricação de pontes e automóveis.

De modo que, para ter acesso às riquezas da Venezuela, o governo de Washington precisa derrubar o governo de Nicolás Maduro substituindo-o por outro que seja alinhado aos interesses dos Estados Unidos e na hipótese de destituir Maduro, Trump buscará, assim,manter e reforçar a influência norte-americana na América do Sul que também é alvo da China e Rússia que almejam ampliar a influência no continente.

E é por esta perspectiva geopolítica que é possível compreender que sob o pretexto do combate às drogas, dá-se a movimentação militar dos Estados Unidos atualmente contra a Venezuela, mas que, em breve, poderá se estender a outros países sul-americanos, inclusive, o Brasil, que detém conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos, a segunda maior reserva de terras raras, ou seja, elementos químicos usados desde a fabricação de lâmpadas à carros elétricos e aviões à satélites, por exemplo.

Também fica claro por esta perspectiva geopolítica porque Trump se prontificou a por fim na guerra da Rússia contra a Ucrânia, mediante a garantia ao presidente ucraniano,Volodmir Zelensky, de segurança e intervenção do governo de Washington em busca da paz, desde que condicionada a assinatura de um acordo que conferisse ao governo dos Estados Unidos à exploração de minerais críticos como lítio e titânio, bem como a exploração das terras raras da Ucrânia.

Aliás, de acordo com o site BBC News Brasil, o acordo foi assinado, em Washington(30/04) pela ministra da Economia: Yulia Svyrydenko e contribuirá segundo o Departamento de Tesouro dos EUA para a reconstrução da Ucrânia no pós-guerra.

Por isso, assevero que o governo dos Estados Unidos fazem, no mundo, a guerra ou a paz, pelo mesmo motivo: captação de recursos naturais; sejam minerais críticos ou terras raras.

Daí porque entendo que o mundo que vai sendo configurado e fundado na transição energética, economia verde e tecnologia de ponta requer o domínio dos minerais críticos e terras raras, motivo pelo qual, então, a disputa geopolítica entre Estados Unidos, Rússia e China, na busca por ampliar suas esferas de influência, junto aos países que detém esses recursos naturais demonstram os verdadeiros interesses por detrás de discursos inverídicos e superficiais como a narrativa do combate às drogas, adotado pelo governo de Trump.

No entanto, apesar da soberania da Venezuela estar, mais uma vez, sob a mira dos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos, Nicolás Maduro, dança em nome da paz e contra a guerra.

De forma leve, serena, humorada e altiva, Nicolás Maduro, busca com sua música eletrônica denunciar a guerra ao:

“Dizer ao povo dos Estados Unidos

Não à guerra
Não queremos uma guerra
No Caribe ou na
América do Sul

Não.Sem guerra
Sim.Paz

Não para a guerra louca

Nenhuma guerra louca, não, não, não, não

Não sei como se diz em inglês

Por favor, por favor, por favor

Sim,paz.Sim,paz

Paz para sempre

Paz para sempre

Paz para sempre

Então, isto se chama linguagem tarzanial

Tarzan diria:

“Sim,paz”
“Sim,paz”
“Sim,paz”

Paz.Paz.Paz

Sem guerra
Sim à paz”

O vídeo da música ( que segue no final deste artigo) além de mencionar Tarzan, que é uma criação do escritor estadunidense, Edgar Rice Burroughs, também faz a interessante rima entre please ( por favor) e peace ( paz), uma vez que, não se deve desconsiderar que a música é endereçada, sobretudo, mas não só: ao povo norte-americano, que em sua maioria é contrário a guerra com a Venezuela.

Não à-toa em discurso Nicolás Maduro já havia cantado à música de John Lennon “Imagine”, onde se diz : “Nenhuma razão para matar ou morrer” , e pondero, ainda que seja pelo interesse na obtenção de petróleo, minérios críticos ou terras raras.

Por isso, considero que quando Nicolás Maduro, além de seu remix eletrônico, em um discurso canta John Lennon criador dos Beatles, ativista da paz, crítico da Guerra do Vietnã e que teve músicas associadas ao movimento antiguerra, o faz porque, com isso, Nicolás Maduro busca por meio da viralização de seu remix nas redes sociais impulsionar, dentro e fora dos Estados Unidos, ondas de protestos pela paz e contra a guerra que os Estados Unidos quer fazer à Venezuela.

Nicolás Maduro chegou, inclusive, a pedir que, no Brasil, houvessem protestos contra a guerra dos Estados Unidos à Venezuela.

E embalado no remix eletrônico de Nicolás Maduro é inevitável que, contra os interesses econômicos dos Estados Unidos, não se grite em protesto, sozinho ou em coro, na dança pela paz:

Não à guerra
Não queremos uma guerra
No Caribe ou na
América do Sul

Charles Gentil
Secretário de Finanças,PED 2025
Ex-presidente do Diretório Zonal PT do Centro,Ped 2019

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