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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
Em resposta às ameaças que têm circulado o acampamento de 20 anos de resistência na Zona da Mata de Alagoas, trabalhadores e trabalhadoras rurais iniciaram o Mutirão de Resistência e Produção Agroecológica no Acampamento Feliz Deserto. Com um conjunto de atividades coletivas no Acampamento, a iniciativa deve mobilizar centenas de pessoas nas próximas semanas em defesa do território ameaçado.
“Queremos reafirmar para a sociedade que aqui é um espaço de luta, mas também um espaço de organização e produção de alimentos saudáveis”, reafirmou a direção do MST. “Precisamos ampliar a denúncia do que está ocorrendo nesse Acampamento, chamando atenção do Poder Público e da sociedade”.
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Como parte da programação já realizada no Mutirão, os Sem Terra organizaram plantio coletivo de macaxeira, produção de farinha e, mais recentemente, a construção da Casa de Sementes que servirá de espaço de conservação das sementes crioulas na região.
Ainda estão previstas uma série de iniciativas nas próximas semanas, recebendo apoiadores e amigos do MST, bem como representações de movimentos, partidos e organizações populares na defesa do acampamento Feliz Deserto e das famílias que vivem na área há décadas.
“Nossa bandeira aqui é a da produção de alimentos saudáveis e da dignidade das famílias, não iremos abrir mão desse lugar e queremos que o conjunto da sociedade saiba o que verdadeiramente está ocorrendo aqui”, sinalizou o Movimento.
Entenda o caso
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A área hoje ameaçada foi ocupada pelo MST em 2004 e fazia parte do conjunto de terras que pertenciam a Agro Industrial Serra Ltda (AGRISA), que abriu falência nos anos 2000. As ameaças partem de um suposto comprador da fazenda que tem nas últimas semanas coagido as famílias a saírem do Acampamento, sinalizando até que resolveria a situação “na bala”.
As ameaças com pistoleiros e carros circulando o acampamento têm deixado as famílias em alerta nos últimos dias, que já reivindicaram junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) uma ação de georreferenciamento e levantamento da cadeia dominial para elucidar a situação que põe em conflito as famílias acampadas, pois o suposto comprador argumenta que os camponeses chegaram recentemente na fazenda, desconsiderando a ocupação de 20 anos e que já existe uma ação de reintegração e posse em trâmite na Justiça Federal.
*Editado por Fernanda Alcântara