Diplomatas e integrantes do governo Lula (PT) mostram pouca preocupação, pelo menos por enquanto, sobre como o novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos tratará o Brasil. A expectativa é que o republicano adote uma postura de indiferença em relação ao país, como ele mesmo indicou em uma entrevista após sua posse.
Durante seu mandato anterior, Trump não demonstrou interferência, nem mesmo quando Jair Bolsonaro (PL), então presidente, declarou “eu te amo”, em inglês, durante um discurso na Organização das Nações Unidas.
No entanto, membros do governo Lula acreditam que o bilionário Elon Musk pode ser um fator decisivo na forma como Trump irá lidar com o Brasil, caso dono do X decida entrar em confronto com o país, conforme informações do G1.
Musk já teve atritos com o Brasil, especialmente envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o X ficou fora do ar no Brasil por aproximadamente 40 dias, sendo necessário que a plataforma estabelecesse representação no país para retomar suas operações, em cumprimento à legislação brasileira.
Há quem acredite que Lula possa construir uma relação com Trump semelhante à que teve com George W. Bush em 2002, quando, apesar de estarem em espectros políticos opostos, estabeleceram uma boa convivência diplomática. Contudo, essa possibilidade é vista como remota.
A continuidade de uma relação pacífica dependerá de Musk evitar provocação direta ao novo presidente americano em sua gestão.
Lula já declarou que não tem intenção de criar conflitos com os Estados Unidos ou qualquer outro país. “Da nossa parte, não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia”, afirmou o presidente.