trump musk

Por Ana Oliveira e Felipe Borges
Pragmatismo Político

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk protagonizam um dos embates mais intensos do cenário político e empresarial norte-americano dos últimos anos. Após trocas públicas de insultos e acusações, Trump sugeriu nesta quinta-feira (5) que pretende romper os contratos que o governo federal mantém com as empresas de Musk, incluindo a Tesla e a SpaceX.

O confronto começou anteontem, quando Musk — dono do X (antigo Twitter) — criticou duramente o novo orçamento apresentado por Trump, classificando-o como uma “abominação repugnante”. A resposta do presidente veio com força: “A maneira mais fácil de economizar bilhões e bilhões de dólares em nosso orçamento é encerrar os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk. Sempre me surpreendi que Biden não tenha feito isso!”, publicou Trump em sua rede social, a Truth Social.

Além da ameaça de cortes, Trump alegou ter afastado Musk de seu governo. “Elon estava se desgastando. Pedi para ele sair, retirei seu mandato de veículos elétricos, que forçava todo mundo a comprar carros elétricos que ninguém mais queria (o que ele sabia há meses que eu faria!). E ele simplesmente ficou louco!”, escreveu o presidente, em tom provocativo.

A escalada do conflito atingiu um novo patamar quando Musk, em publicação no X, insinuou a ligação de Trump com o escândalo sexual envolvendo Jeffrey Epstein. O empresário citou que o presidente aparece em listas de convidados para festas promovidas por Epstein — que foi acusado de comandar uma rede de tráfico e abuso de menores de idade no início dos anos 2000, com envolvimento de diversas figuras do alto escalão político e financeiro global.

Em fevereiro deste ano, Trump havia prometido divulgar integralmente os documentos relacionados ao caso Epstein. No entanto, o material liberado pelo governo decepcionou vítimas e investigadores, por manter sob sigilo centenas de páginas cruciais. O gesto foi amplamente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos e vítimas de abuso.

Além das críticas sobre o caso Epstein, Musk também atacou a política econômica do presidente, afirmando que “as tarifas de Trump causarão uma recessão no segundo semestre deste ano”. A afirmação amplia a tensão entre o magnata da tecnologia e o chefe de Estado, que até recentemente colaboravam em iniciativas de “eficiência governamental”.

A aliança formal entre os dois chegou ao fim no dia 30 de maio, quando Trump oficializou a saída de Musk de seu posto como conselheiro especial do Departamento de Eficiência Governamental. Na ocasião, os dois chegaram a fazer um pronunciamento conjunto na Casa Branca. Trump afirmou que a contribuição de Musk foi “importante para cortar milhões em gastos desnecessários”, citando programas de diversidade e apoio a imigrantes como exemplos de áreas onde houve cortes.

A ruptura definitiva, no entanto, deixa em aberto os impactos institucionais, políticos e econômicos desse confronto. Empresas como a SpaceX, lideradas por Musk, são responsáveis por contratos bilionários com agências federais, incluindo a NASA e o Departamento de Defesa. A possível rescisão desses acordos pode gerar efeitos em cadeia sobre setores estratégicos da economia e da segurança nacional.

→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: [email protected]

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 05/06/2025