Os municípios mais afetados pelas inundações que atingiram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e maio tiveram entre 84% e 92% de seus postos de trabalho formais comprometidos, de acordo com uma estimativa divulgada na quarta-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Cidades como Eldorado do Sul, Roca Sales e Muçum, por exemplo, tiveram entre 74% e 82% de seus estabelecimentos privados afetados. Em Porto Alegre, pelo menos 27% dos estabelecimentos e 38% dos postos de trabalho foram diretamente atingidos.

Segundo uma nota técnica do Ipea, “a área de impacto das inundações, deslizamentos de terra e lama atingiu uma área de aproximadamente 16.126 km², alcançando 484 municípios do Rio Grande do Sul. Em todos os 418 municípios em estado de calamidade ou de emergência, estima-se que pelo menos 23,3 mil estabelecimentos privados (9,5% dos estabelecimentos privados nesses municípios) tenham sido diretamente atingidos”.

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Além disso, aponta que nos municípios em estado de calamidade ou de emergência, ao menos 334,6 mil postos de trabalho foram diretamente atingidos — 13,7% dos registrados nesses municípios.

Os autores ressaltaram, no entanto, que o impacto de eventos climáticos extremos como o ocorrido no RS é mais amplo do que o reportado nesse estudo. Isso porque mesmo estabelecimentos indiretamente atingidos também devem ter sofrido consequências – já que seus fornecedores, consumidores, ou infraestrutura de escoamento podem ter sido afetados.

Para atenuar a situação dos trabalhadores, o governo federal lançou o Programa Emergencial de Apoio Financeiro, que garante o pagamento de dois salários mínimos em julho e agosto aos empregados formais. Até esta terça-feira (2), mais de 17 mil empresas gaúchas atingidas pela enchente já havia cadastrado seus funcionários.

No caso de trabalhadores domésticos, o prazo de inscrição vai até 26 de julho. Os empregadores devem fazer o pedido pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou no Portal Emprega Brasil – Trabalhador.

Segundo projeções apresentadas pelo governo do RS na semana passada, as enchentes podem causar uma redução de até 20% no PIB de maio, “resultando em uma queda produtiva de pelo menos R$ 10 bilhões no período mais crítico da crise. A circulação de mercadorias em maio registrou declínio de 55% em comparação ao mesmo período do ano anterior”.

Com agências

(PL)

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Última Atualização: 04/07/2024