O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta quarta-feira (26), na abertura da Primeira Reunião de Sherpas da presidência brasileira do Brics, em Brasília.
Aos enviados dos chefes de estado/governo dos integrantes do bloco econômico, o presidente ressaltou a importância de buscar soluções equilibradas e construtivas para o momento de crise.
Lula garantiu ainda que o governo brasileiro vai reforçar a vocação do Brics “como espaço de diversidade e diálogo em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas”.
Para tanto, foram propostos seis eixos de atuação. O primeiro deles foi o que o presidente chamou de reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança, o multilateralismo é a única alternativa frente à polarização e à ameaça de fragmentação no mundo. “A adequada representação dos países emergentes é essencial para uma governança mais eficaz e legítima.”
Saúde
O chefe de Estado brasileiro lembrou que doenças tropicais costumam ser negligenciadas, apesar de ameaçar, juntas, 1,7 bilhão de pessoas.
Para solucionar “falta de coesão da comunidade internacional diante de graves ameaças”, Lula afirmou que o Planalto vai lançar uma parceria para eliminar doenças como tuberculose, malária e dengue
“Sabotar os trabalhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um erro com sérias consequências”, afirmou o chefe de Estado, em reverência indireta ao presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou a retirada dos EUA da OMS logo após a posse.
Multilateralismo
Lula lembrou ainda que, em 2014, foi criado o banco Novo Banco de Desenvolvimento, que investiu mais de 33 bilhões de dólares em projetos de desenvolvimento sustentável no Sul Global.
A partir deste exemplo, o presidente espera que os Brics se unam para aprimorar o sistema monetário e financeiro internacional.
“A atual escalada protecionista na área de comércio e investimentos reforça a importância de medidas que busquem superar os entraves à nossa integração econômica. Aumentar as opções de pagamento significa reduzir vulnerabilidades e custos. A presidência brasileira está comprometida com o desenvolvimento de plataformas de pagamento complementares, voluntárias, acessíveis, transparentes e seguras”, acrescentou.
Lula pediu ainda força política para enfrentar a crise climática, além de soluções para que a Inteligência artificial não se torne um monopólio de poucos países e empresas.
“Grandes corporações não têm o direito de silenciar e desestabilizar nações inteiras com desinformação. Mitigar os riscos e distribuir os benefícios da revolução digital é uma responsabilidade compartilhada.”
Por fim, os Brics devem aumentar a institucionalidade do bloco econômico para atingir a maturidade, a partir da escuta dos anseios da população.
“Os grupos de engajamento envolvendo mulheres empreendedoras, empresários, jovens, parlamentares, sindicatos, acadêmicos e sociedade civil contarão com todo apoio da presidência brasileira”, concluiu.
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