O Brasil apresentou o balanço dos resultados de sua presidência rotativa do BRICS em 2025, em reunião que reuniu representantes dos 11 países-membros para avaliar as conquistas alcançadas ao longo do ano e preparar a transição da liderança para Índia em 2026.
O encontro, a quarta e última reunião dos “sherpas” — negociadores políticos de alto nível — marcou a conclusão de um ciclo intenso de debates e cooperação que atravessou mais de cem encontros temáticos ao longo do ano.
Prioridades e foco multissetorial
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a presidência brasileira se caracterizou por ampliar os temas de cooperação além das áreas tradicionais, englobando pilares centrais para o Sul Global. Entre as seis áreas de foco destacadas no balanço estão:
- **Cooperação Global em Saúde;
- Mudanças Climáticas;
- Comércio, Investimentos e Finanças;
- Arquitetura Multilateral para Paz e Segurança;
- Governança da Inteligência Artificial;
- Desenvolvimento Institucional.**
No esforço multilateral, o Brasil convencionou declarações históricas assinadas pelos líderes do bloco. Entre elas, estão a Declaração dos Líderes sobre Governança Global da Inteligência Artificial (que busca equidade no acesso às tecnologias), a Declaração-Quadro de Financiamento Climático, e a Parceria do BRICS para eliminação de doenças socialmente determinadas, iniciativas que ampliam o escopo tradicional do grupo.
BRICS como plataforma geopolítica e desafios futuros
O embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do Brasil, avaliou positivamente os resultados, ressaltando que o trabalho refletiu compromisso com o multilateralismo em meio a um cenário global fragmentado e marcado por desconfiança entre grandes potências.
Ainda neste ano, durante a Cúpula no Rio de Janeiro, os líderes reafirmaram a defesa do multilateralismo e a necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em busca de um sistema internacional mais representativo e equitativo.
O Brasil entregou um relatório que resume a dimensão dos encontros e reuniões realizados, que incluiu:
- **220 videoconferências;
- 62 reuniões técnicas;
- 21 reuniões ministeriais;
- 4 reuniões de Sherpas;
- Cúpula presencial no Rio de Janeiro e encontros virtuais.**
Com o encerramento da presidência brasileira, o foco agora se volta para garantir a continuidade das agendas estratégicas no próximo ciclo sob liderança da Índia, em 2026, além de fortalecer a percepção do BRICS como um fórum com impacto concreto na vida das sociedades do Sul Global