*Por Carlos Magno

Recente pesquisa realizada nos EUA mostrou que, nos próximos cinco anos, quase a metade das mulheres daquele país, entre 25 e 44 anos de idade, terão optado por não se casar e não ter filhos.

As curvas demográficas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil, seguem no mesmo alinhamento.

As mulheres cansaram da dupla e tripla jornadas. Cansaram de cuidar da casa sozinhas. De educar e tomar conta dos filhos também sozinhas. Cansaram de se submeter a machismos, desrespeito, à falta de empatia e de companheirismo. O mundo já é outro.

A taxa de fecundidade mínima para a população se repor é 2,1. Atualmente, dois terços da população do planeta encontram-se abaixo desse índice. Maternidade agora é mera opção. Nascimentos em queda, tal como os casamentos. Aumentam os divórcios e a idade média da população. No Japão, se vende mais fraldas geriátricas do que infantis.

Os impactos dessa mudança são sentidos em todos os campos: educação, moradias, pets, lazer… e também na Previdência Social.

As grandes instituições financeiras, que dominam a economia, os governantes, a imprensa e manipulam a opinião pública, se aproveitam do evidente envelhecimento para rosnar e exigir cortes e restrições aos direitos previdenciários e assistenciais da população. Contraditoriamente, elas financiam candidatos e campanhas e insistem em políticas restritivas, quando deveríamos caminhar para programas e instituições mais inclusivas.

É preciso ficarmos atentos a essa manipulação e distorção contínua dos fatos, com a finalidade específica de fortalecer os interesses daqueles que já são bilionários e até trilionários e, ainda assim, não limitam seus apetites por lucro e destruição.

O movimento sindical e popular no Brasil tem a grave responsabilidade de denunciar essa manipulação e exigir dos governos que parem de conceder anistias, perdões e provocar perdas significativas de receitas dos sistemas de previdência. Parem de fazer graça com o chapéu alheio. A arrecadação da Previdência deve ser integralmente dela e crescer, conforme a necessidade.

A nova realidade populacional em que vivemos não pode, de modo algum, justificar mais arrocho, desigualdade e opressão sobre os trabalhadores, as trabalhadoras e toda a população. O caminho a seguir é de mais alegria, mais ética, direitos, justiça e paz para todos.

*Carlos Magno Machado é secretário de Aposentados da CTB Minas

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Last Update: 12/08/2025