O número de mulheres em cargos de liderança tem crescido, mas os desafios emocionais permanecem.
A pressão para equilibrar trabalho, vida pessoal e autocuidado pode levar ao esgotamento profissional, conhecido como burnout.
Como enfrentar essa realidade sem comprometer a eficiência e a autoridade na gestão?
Impacto do burnout nas mulheres líderes
O Brasil está entre os países com maior índice de burnout no mundo, segundo a International Stress Management Association (ISMA).
As mulheres são as mais afetadas, e os dados reforçam esse cenário.
Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 50% das mulheres que se tornam mães perdem seus empregos após dois anos.
Além disso, levantamento do LinkedIn aponta que 74% das mulheres líderes já consideraram deixar seus cargos devido à carga mental excessiva.
A importância de delegar tarefas
Gisele Garcia, especialista em gestão sistêmica, explica que dividir responsabilidades é essencial.
“Muitas mulheres acreditam que precisam dar conta de tudo sozinhas.
Isso leva a uma exaustão silenciosa. Delegar não significa perder autoridade, mas sim fortalecer a equipe e preservar energia para decisões estratégicas”, afirma.
Gestão sistêmica como aliada do equilíbrio
A constelação empresarial, abordagem aplicada à gestão, ajuda líderes a identificar padrões ocultos que geram sobrecarga.
Segundo Gisele, essa técnica permite compreender as dinâmicas da equipe e da empresa como um todo.
“Ao aplicar a constelação empresarial, conseguimos visualizar pontos de desequilíbrio e criar um fluxo mais harmônico de trabalho.
Muitas líderes percebem que a sobrecarga vem da necessidade inconsciente de provar sua competência.
Quando ressignificamos essas crenças, a gestão se torna mais fluida”, explica.
Empresas que adotam abordagens sistêmicas relatam um aumento de até 30% na eficiência da equipe e uma redução significativa do estresse organizacional, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).
Estratégias para liderar com leveza e eficiência
Para evitar o burnout e manter uma gestão equilibrada, Gisele Garcia recomenda algumas práticas essenciais:
- Definir prioridades reais: Saber diferenciar tarefas urgentes de demandas secundárias ajuda a manter o foco no que realmente importa.
- Criar uma cultura de autonomia: Líderes que confiam na equipe evitam o microgerenciamento e podem se concentrar em decisões estratégicas.
- Estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal: Reservar momentos para descanso e lazer é essencial para uma liderança sustentável.
- Redefinir a relação com o perfeccionismo: A busca por perfeição pode gerar ansiedade e paralisar a ação.
Gisele finaliza com um alerta: “Liderar não significa carregar o mundo nas costas.
A verdadeira força está na clareza, na estratégia e na gestão emocional.
Quando equilibramos esses fatores, conseguimos comandar com autoridade e leveza ao mesmo tempo.”