
Da Página do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está consternado com a perda do cineasta e amigo Silvio Tendler, aos 75 anos. Silvio nos deixou vítima de uma infecção generalizada, consequência de uma neuropatia diabética que o acometia há anos.
Silvio foi um dos maiores cineastas brasileiros, militante sempre aliado às lutas da classe trabalhadora. Registrou em tela, a história de grandes lutadores do povo brasileiro, como João Goulart (Jango, 1980), Leonel Brizola (Brizola – Anotações Para uma História, 2024), Marighella (2001).
Nascido em 1950, Silvio foi exilado durante a ditadura militar, se refugiando no Chile e na França. Em “Utopia e Barbárie” (2009), Silvio apresenta uma produção, que levou 20 anos para ser finalizada, que reconstrói a história mundial a partir da II Guerra Mundial, enfatizando as contradições do modelo econômico que se tornou hegemônico desde então.
Como amigo do MST, uns de seus maiores legados são os dois filmes “O Veneno Está na Mesa” (2011 e 2014). Nestas obras, Silvio realiza uma das mais importantes denúncias do uso de agrotóxicos em nossa alimentação. As duas produções cumpriram um papel fundamental na denúncia do uso de agrotóxicos.

Foto: Reprodução
A produção audiovisual do Movimento sempre teve na militância de Silvio uma referência. Ele nos demonstrou qual o papel do cinema para a luta da classe trabalhadora, historicamente impedida de acessar e produzir esta arte. Por isso, além de amigo, Silvio é para nós um educador.
Silvio nos deixa, mas seu legado seguirá eterno. Suas obras seguirão sendo arma de luta e resistência do povo brasileiro. Enquanto MST, assumimos o compromisso de zelarmos por sua história, suas obras e construindo essa arte que Silvio tão bem defendeu.
À Fabiana e Ana Rosa nossos mais profundos abraços camaradas!
Silvio Tendler, presente!
