
Da Página do MST
A partir desta sexta-feira, dia 21 de março, o Vozes da Terra estará disponível nas plataformas digitais. Com o objetivo de fazer o diálogo entre a luta camponesa e a população urbana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Minas Gerais propôs a criação de um programa de rádio na capital mineira. Inaugurado em novembro de 2017, o Programa Vozes da Terra surgiu em parceria com a Rádio Inconfidência e o Centro Popular de Mídias, pautando a Reforma Agrária e os princípios da luta pela terra de maneira popular e irreverente.
Tradicionalmente apresentado pelo cantor e compositor mineiro Pereira da Viola, e divulgado toda sexta-feira, o programa tinha um formato fluído, com um roteiro de 10 minutos que trazia música e quadros informativos, e foi pioneiro na produção da mística Sem Terra – representação artística da luta do MST – na linguagem radiofônica. Em sua trajetória, o programa migrou para a Rádio Autêntica Favela, expandiu para rádios parceiras no interior de Minas Gerais, em especial na Zona da Mata, no Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri, e cumpriu um papel organizativo para o MST.
Além da diversidade de territórios, o programa também é entendido como uma ação intersetorial e é composto por militantes dos setores de comunicação, cultura, formação e saúde. Para Guê Olivira, do Coletivo de Cultura e uma das coordenadoras do programa, a concepção do vozes da terra é de uma comunicação popular artística. “Nós fazemos uma prosa mineira de diálogo com o campo e a cidade trazendo essa nossa sonoridade, com um fazer artístico e sensível, e a arte cumpre esse papel político de informar através da poesia, das intervenções e da música”, conta.

Segundo Agatha Azevedo, do setor de comunicação e uma das coordenadoras do programa, o Vozes da Terra contribuiu para que os debates políticos do Movimento circulassem entre as famílias Sem Terra e a população das cidades, “trazendo o povo urbano para mais perto da realidade da Reforma Agrária e quebrando preconceitos com uma linguagem embebida de arte e cultura”, afirma.
Inaugurando uma nova fase a partir deste mês de março, o programa passa a estar presente nas plataformas digitais de difusão de conteúdo radiofônico, expandindo o alcance e a profundidade com que os temas da terra são trabalhados. Para o apresenntador e artista Pereira da Viola, o programa faz parte do processo simbólico da luta. “Estamos construindo uma memória do Movimento, é um banco de dados da luta pela terra para as próximas gerações”, afirma.
A nova proposta conta com ilustrações temáticas mensais da artista Leíner Hoki, que faz parte da equipe do Programa, e trará debates aprofundados sobre a conjuntura e as vivências e práticas do MST, mantendo a tradição artístico-cultural que é a marca registrada do Vozes da Terra. Toda semana serão lançados novos programas. Para acompanhar os programas, basta acessar as plataformas digitais de streamming (google podcasts, deezer e spotify).
*Edição: Solange Engelmann