Foto: Flaviana Alencar

Por Lays Furtado
Da Página do MST

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcaram o Dia Mundial do Meio Ambiente, neste 5 de junho, com mobilizações em todas as grandes regiões do país; com o objetivo de denunciar os crimes ambientais do agronegócio e apresentar a Reforma Agrária Popular como solução para as crises que afetam a humanidade e a natureza.

As ações do MST neste Dia Mundial do Meio Ambiente ocorreram em 15 estados: São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará, Pará, Tocantins, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Rondônia e Roraima. E fazem parte da 16ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra e a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e Seus Povos, que iniciou em 31 de maio e vai até 7 de junho, denunciando os principais devastadores do meio ambiente no país e apontando soluções a partir da perspectiva dos povos do campo, das águas e das florestas.

Ao longo desta semana, as mobilizações têm tido caráter de reflexões e ações coletivas, iniciando as atividades a partir das assembleias de base, onde foram dialogadas as questões ambientais nos acampamentos, assentamentos e outros espaços comuns –  que deram o pontapé na Jornada, e segue com uma programação de debates, mobilizações e denúncias, que também marcaram o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Em seu conjunto de ações, a data é apontada como crucial em um cenário de agravamento da crise ambiental no país, que expõe as desigualdades enfrentadas por comunidades urbanas e rurais, afetadas pelos eventos climáticos extremos causados pela exploração e as contradições do capitalismo.

Com o lema “Reforma Agrária Popular: pela Natureza e os Povos para Enfrentar a Crise Ambiental!”, as ações são organizadas pelo Coletivo de Juventude e pelo Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis do MST. As Jornadas buscam avançar em ações concretas e significativas que contribuam para a agenda ambiental regional e global, já que o Brasil se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).

Entre as diversas atividades das Jornadas, milhares de Sem Terra se engajaram na realização de atos e protestos, mutirões de plantio, júri popular contra os crimes do agronegócio, diálogos com órgãos públicos, além de outras atividades de caráter formativo e comunitário.

Fernanda Farias, da coordenação do Coletivo Nacional de Juventude do MST, destaca a importância da Jornada e seus sentidos para a juventude, entendendo que essa classe tem um papel importante em protagonizar as lutas com o tema da questão ambiental, tanto a partir do presente, quanto para que haja perspectiva de futuro, sendo um ponto de importante interseção que reúne a juventude do campo e das cidades.

“Hoje, no MST, nós estamos colocando que a Reforma Agrária Popular pode ser um instrumento para as comunidades do campo, mas também das cidades, e que esse instrumento combate a crise ambiental. Com um olhar para a produção dos bens comuns, mas também olhar para a natureza, da produção a partir da agroecologia, das novas relações humanas. A gente olha para a Reforma Agrária como um projeto político de pensar a questão ambiental a partir de onde a gente vive.” – declara Fernanda.

Não ao PL da Devastação

Foto: Agatha Azevedo

A coordenadora também cita a preocupação da juventude frente a um dos maiores retrocessos ambientais ao qual estamos expostos hoje em nível nacional, com a possibilidade do avanço do Projeto de Lei conhecido como “PL da Devastação” que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental no Brasil e permite que empreendimentos obtenham licenças de forma automática sem necessidade de análises prévias:

“Nós do MST temos entendido que esse PL visa flexibilizar que os grandes causadores dos crimes ambientais aqui no Brasil, que é o agronegócio e as grandes mineradoras, elas consigam ter flexibilização nas suas ações de grandes obras que causam impactos  ambientais e são os causadores das crises. E a gente também tem entendido que esse PL da Devastação negligencia que o Estado cumpra os direitos de proteção com os camponeses, com os indígenas e com as comunidades tradicionais.” denuncia Farias, a partir das reflexões do conjunto do Movimento, e do Coletivo da Juventude Sem Terra.

A partir das reflexões críticas com relação a tal ameaça, o Coletivo da Juventude de São Paulo mobilizou ação direta na capital paulista, que amanheceu com faixas, cartazes e lambes nas regiões dos bairros da Liberdade e Limão, denunciando parlamentares que são a favor do PL da Devastação; como Arthur Lira, Tereza Cristina, Pedro Lupion, Ricardo Sales, entre outros, que representam a Bancada Ruralista e os interesses do agronegócio, e tem impulsionada a aprovação do PL da Destruição.

Além da região Sudeste, houve mobilização em denúncia ao PL da Devastação, na região Centro-Oeste do país. Nas capitais do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul houveram mobilizações da Juventude Sem Terra, com a difusão de lambes e cartazes apontando o agronegócio como responsável pelo impulsionamento deste Projeto de Lei, bem como da denúncia ao setor responsável por causar doenças e crimes ambientais devido ao uso de agrotóxicos, pela contaminação das águas, destruição do Cerrado e expulsão de comunidades tradicionais.

Na região Nordeste, ainda nesta quinta-feira, 5 de junho, a militância do MST do estado da Paraíba realizou diversas ações coletivas, entre elas a Assembleia da Juventude e o Tribunal Popular em denúncia aos crimes do agronegócio. Em Fortaleza, Ceará, neste Dia do Meio Ambiente, militantes da Juventude do MST e do Coletivo Mãos Solidárias do estado realizaram a difusão de lambes e cartazes demarcando a “Reforma Agrária Popular em Defesa da Natureza e Enfrentando a Crise Ambiental”, denunciando os crimes do agronegócio e  reforçando a necessidade urgente de debater o modelo agrícola no Brasil.

“Barcaças de soja e minério, não passarão! não a explosão do Pedral do Lourenção!” 

O MST em conjunto com outros movimentos populares e comunidades tradicionais se reuniram, neste 5 de junho, no Pontal do Cabelo Seco, em Marabá/PA, às margens dos rios Tocantins e Itacaiúnas; com o objetivo de protestar contra a proposta de derrocagem do Pedral do Lourenção, previsto no projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins. A mobilização buscou denunciar a medida que se anuncia legalmente sobre um grave crime contra a natureza, a humanidade e especialmente contra a vida das 23 comunidades que vivem no Beiradão do Rio Tocantins, no entorno do Pedral do Lourenção.

A Juventude Sem Terra do Pará também esteve presente na mobilização, na comunidade Tauiry, no município de Itupiranga (PA), reunindo 300 jovens no Ato de Solidariedade em apoio aos ribeirinhos do rio Itacaiúnas, comunidade que também fica às margens do Pedral do Lourenção.

Os militantes das organizações também pediram a anulação do PL da Destruição, e ainda denunciam que centenas de famílias serão atingidas com este megaprojeto da  Hidrovia Araguaia-Tocantin; em particular as mulheres e crianças que sempre são as mais afetadas com o impacto dos  megaempreendimentos, assim como com os efeitos danosos das mudanças climáticas. Além das comunidades, estudiosos do ramo apontam a partir de análises e relatórios, posição contra o derrocamento devido ao seu impacto social e ambiental.

A Hidrovia Tocantins-Araguaia está orçada em mais de R$500 milhões com recursos do governo federal, através do Ministério dos Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). As comunidades não foram consultadas, como exige a  Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), também conhecida como Convenção sobre Povos Indígenas e Tribais. Reunindo centenas de pessoas, durante o ato foi lançada carta à sociedade assinada pelas organizações manifestantes:

“A quem interessa esse projeto? A quem vai servir a Hidrovia Araguaia-Tocantins? Vimos a alegria escancarada do governador do Estado, Helder Barbalho, com tal LI [Licença Instalação], repetindo o velho e enganoso discurso da Ditadura Militar de “Desenvolvimento, geração de emprego, progresso, etc..” para a região; quando na verdade comemora o que isso representa para OS LUCROS dos empresários e exploradores dos bens naturais, como as florestas, rochas, rios, solo e subsolo, beneficiando os grandes empresários do agronegócio e da mineração.” – cita trecho da carta.

A carta foi lida durante o Ato Popular Contra a Destruição do Pedral do Lourenção; Marabá-PA; e é assinada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST);  Associação de Mulheres Arco Íris da Justiça; Ouvidoria Popular da Violência contra Mulheres; Comissão Pastoral da Terra (CPT); Instituto Zé Claudio e Maria (IZM);  Articulação Feminista de Marabá; Centro de Estudos, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP); Grupo de Mulheres do Cabelo Seco Raízes de Marabá; Sindunifesspa; e ANDES Regional Norte 2.

Cooperar no plantio de árvores, de comida saudável e das águas

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a militância do MST no Tocantins encerrou, nesta quinta-feira (5), no Assentamento Olga Benário, em Tabocão (TO), o “Seminário Estadual Cultivando a Agroecologia: Bioinsumos é Terra Viva”. O evento, que iniciou na quarta-feira (4), abordou o debate coletivo de temas como agroecologia, bioinsumos e cooperação. A programação contou com debates importantes e análise de conjuntura sobre os desafios atuais, para construção de novas formas de cooperação agrícola e fortalecimento das comunidades rurais. O evento faz parte da Jornada em Defesa da Natureza e Seus Povos e contou com um momento coletivo e simbólico de plantio de árvores nativas; o gesto reforça o compromisso dos Sem Terra de plantar 100 milhões de árvores ao longo de 10 anos. O seminário foi realizado pelo MST e CICLOS, com apoio da Climateworks Foundation.

No Paraná, o Dia Mundial do Meio Ambiente foi marcado por atividades da 3ª Jornada Estadual da Natureza, que também integra a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e Seus Povos do MST. As atividades começaram pela manhã com Ato Político e Mística para o grande mutirão de reflorestamento da área de 7 hectares de Reserva Legal da Comunidade Herdeiros da Terra 1º de Maio, localizada em Rio Bonito do Iguaçu (PR), após o plantio de mudas nativas as famílias Sem Terra se reuniram para um almoço comunitário.

Em Minas Gerais, estudantes Sem Terra da Escola Elizabeth Teixeira  (anexo da Escola Estadual Professora Geralda Eugênia da Silva), realizam a semana de alternância dos estudos nos Acampamentos Zequinha Nunes e Pátria Livre, localizada em São Joaquim de Bicas (MG); onde foi realizado uma vivência pedagógica que envolveu o trabalho com a terra e a agroecologia ao longo de toda a semana, e se encerrou nesta sexta-feira (6). Outras atividades pedagógicas aliadas à questão ambiental também ocorreram na Escola Estadual Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, em Goianá (MG). As atividades tiveram o intuito de levar o debate ambiental para o ensino e prática da educação escolar e fazem parte das Jornadas da Juventude, e em Defesa da Natureza e Seus Povos.

Em Caruaru, agreste de Pernambuco, militantes do MST se reuniram, nesta quinta-feira (5), na audiência pública “Água no Agreste: Desafios e Soluções para a Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos”, que ocorreu na Câmara dos Deputados do Município. O conjunto do Movimento manifestou a importância de “plantarmos água” principalmente nos territórios do semiárido, onde há áreas verdes e secas, e exigindo que haja políticas públicas para atender as famílias e a produção de alimentos na região. Os desafios vão desde do acesso às tecnologias de captação de água, para que haja cisternas onde se possa reservar estoques das chuvas, até mesmo esta reserva de água possa fechar nas casas e roças das comunidades camponesas.

Na Paraíba, além das ações de denúncia ao agronegócio organizadas pela Juventude, a data foi marcada por diversas atividades em vários acampamentos e assentamentos no estado, com doações de mudas, e plantio de árvores frutíferas e nativas. Houve também uma vivência realizada com a manipulação das mudas do Viveiro Pepe Mujica, no Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, localizado em Lagoa-Seca (PB), a atividade reuniu a turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de Agentes Populares de Saúde do Campo.

No Ceará, nesta quinta-feira (5), a Juventude do MST esteve dedicada em ação de preparação e plantio de mudas nativas na Área Adahil Barreto, localizada no Parque do Cocó, em Fortaleza (CE). A recuperação da área foi feita com o plantio de espécies, como o cumaru, mororó e pau-branco, que são nativas da Caatinga e têm um papel fundamental na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio ambiental da nossa região.

Também neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a militância cearense Sem Terra em parceria com a Escola do Campo Maria Nazaré, localizada no Assentamento Maceió, em Itapipoca (CE), realizou a doação de mudas na comunidade do Jacaré, também no Assentamento Maceió. Durante a atividade, além da entrega das mudas, foi promovido um importante diálogo com a comunidade sobre a urgência de produzir alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos e a necessidade de denunciar os crimes ambientais cometidos pelo agro-hidro-minério-negócio, que ameaça a vida, a terra e os territórios.

A Juventude Sem Terra do Ceará também esteve na capital do estado promovendo a difusão de faixas e cartazes anunciando as Jornadas da Juventude e em Defesa da Natureza e seus Povos. O MST se reunindo em conjunto com o Movimento Brasil Popular, Mãos Solidárias e Levante Popular da Juventude, para uma conversa com o prefeito de Fortaleza, tratando sobre a importância de políticas públicas para avançar na alfabetização de jovens e adultos, do fortalecimento da participação municipal no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), bem como a importância de estimular ações para juventude das periferias da região.

Na manhã desta quinta-feira, 5 de junho, foi realizada a Assembleia da Juventude, no extremo sul da Bahia, no município de Prado, reunindo jovens militantes em atividade integrante das Jornadas Nacionais. O encontro foi sediado na Escola Popular Egídio Brunetto no Assentamento Jacy Rocha.

No estado baiano, no município de Lafaiete Coutinho, houve diversas ações coletivas no Assentamento Terra Nova, entre elas o mutirão de plantio de sementes e mudas nativas, bem como, o plantio de vegetação em torno dos cursos d’água. Ao total foram 120 mudas plantas, que conferem a diversidade de Ingá, Santa Bárbara, Jaca, Manga, Aroeira e Açaí, que são culturas que avançam na produção de alimentos e plantio de árvores do território.

Já na região de Porto Seguro, na regional do extremo sul da Bahia, houveram atividades pedagógicas sobre o meio ambiente, em palestra com os educandos e educadores, que ocorreu na Escola Caminhos da Esperança, localizada no assentamento Milton Santos. Em seguida ocorreu o plantio de 110 mudas de árvores frutíferas e nativas no sistema agroflorestal da escola.

Em Ituberá, na zona rural do município baiano, houve atividades da militância Sem Terra na Escola municipal Mariângela Silva de Santana, para tratar dos temas do Meio Ambiente que afetam a comunidade da Karim, onde foi debatido o “Projeto Terra, Território e Identidade”. Estudantes da Karim, fazenda Morro Alto e km22 realizaram apresentação dos resultados da pesquisa sobre “Acessos e usos da água na comunidade da Karim” para crianças de educação infantil e ensino fundamental I. Na ocasião, as crianças também compartilharam dos seus conhecimentos sobre os cuidados com o meio ambiente. Os estudantes do ensino médio organizados em grupos por comunidade aprofundaram temas como trabalho, geração de renda, água, meio ambiente e agrotóxicos.

Em Alagoas, a militância do Movimento participou das Jornadas Nacionais em diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária. Em União dos Palmares (AL), as famílias do  Acampamento Che Guevara do MST realizaram mutirão de plantio em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, as mudas foram plantadas em diversas praças do município. Também houveram plantios de mudas nos Acampamento Luciano Alves, e no Acampamento Santa Maria, no município de Teotônio Vilela (AL), reafirmando o compromisso do povo Sem Terra com a preservação ambiental e a construção de territórios sustentáveis.

O MST em Alagoas também realizou mutirões de cuidados com o meio ambiente, com ações de manutenção de árvores e construção de uma horta coletiva, no Acampamento Eldorado do Carajás, município de Junqueiro. As famílias agricultoras do Acampamento Marciana Serafim, em São Sebastião, realizaram um momento coletivo de plantio, reafirmando o compromisso com a defesa da natureza e da Reforma Agrária Popular. E no Acampamento Marielle Franco, em Atalaia, o conjunto da militância realizou o plantio de árvores e a semeadura no Viveiro Izac Jackson.

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o MST também esteve presente na Comuna El Panal, em Caracas, na Venezuela, onde o Movimento esteve em conjunto ao Movimento Fuerza Patriótica Alexis Vive e estudantes da Pluriversidade Pátria Grande, onde foi feito o plantio de cinco árvores frutíferas, simbolizando o cultivar da consciência e esperança em meio a uma crise climática sem precedentes.

Agronegócio é violência e crime ambiental

O Município de Ariquemes, em Rondônia, amanheceu nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com a mensagem do Coletivo de Juventude Sem Terra do estado, denunciando o agronegócio como modelo que gera degradação ambiental, e desigualdades sociais a partir da concentração da terra e da renda, além do envenenamento do solo, das águas e dos povos do campo e das cidades, a partir do uso extensivo de agrotóxicos.

Foto: Comunicação do MST

A Juventude Sem Terra deixou seu recado em frente à unidade multinacional da empresa Cargill, com a frase “Agro é devastação!”. O protesto simbólico em Ariquemes, denunciou a  multinacional que é uma das maiores do mundo, operando diretamente na compra, transporte e exportação de grãos na Amazônia, e frequentemente é associada a denúncias sobre desmatamento, grilagem e violações socioambientais.

Os jovens militantes denunciam que apesar de movimentar bilhões em exportações, o modelo do agronegócio que predomina no Brasil não é sinônimo de progresso, mas de destruição. “O agro é devastação porque concentra terras, expulsa povos e comunidades tradicionais e avança sobre os biomas, destruindo ecossistemas inteiros para abrir espaço para monocultivos e pastagens. É responsável por cerca de 70% do desmatamento na Amazônia e mais de 80% no Cerrado, dois dos principais biomas brasileiros e vitais para o equilíbrio climático do planeta.” – denunciam a Juventude Sem Terra de Rondônia.

Em Roraima, a militância do Movimento Sem Terra, marcou o Dia Mundial do Meio Ambiente com a Caravana de Direitos Humanos de Boa Vista, um evento focado nas questões dos povos do campo, água e das florestas, onde o MST do estado participou da organização em conjunto com outras organizações e comunidades, reunidas na Universidade Federal de Roraima (UFRR); entidade que sediou o encontro.

Nesta quinta-feira (5), a programação se concentrou na temática dos povos indígenas, com três mesas-redondas abordando a impunidade da violência, a partilha de experiências com lideranças e a importância das pinturas corporais como forma de resistência. Houve também o lançamento do Caderno de Conflitos no Campo da CPT, apresentando dados sobre a violência no campo em níveis nacional e estadual.

Durante o evento, houve uma exposição de produtos da Agricultura Familiar, com a participação de produtoras acompanhadas pelo setor de produção do MST de Roraima. O momento cultural contou com apresentações da Banda Kruviana da UFRR, Afoxé Filhas e Filhos de Iemanjá e Mike GuyBras, valorizando a cultura local.

A organização da Caravana foi liderada pelo Comitê Xapiri YY, uma iniciativa de movimentos sociais, e teve o apoio de diversas entidades, incluindo a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Pastoral Social de Roraima, Conselho Indigenista Missionário (CIM), MST/RR, CPT/RR, MISEREOR e Levante Popular da Juventude.

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Last Update: 06/06/2025