O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou o presidente licenciado do Solidariedade, Eurípedes Gomes Macedo Júnior, por suspeita de liderar uma organização criminosa responsável pelo desvio de 36 milhões de reais em verbas eleitorais.
Segundo a denúncia formulada pelo promotor Paulo Roberto Binicheski, Eurípedes figura como líder de uma organização criminosa, formada por familiares e pessoas próximas, de confiança do político. A organização criminosa, diz a denúncia, gerenciava o PROS como um bem particular, levando o político a enriquecer ilicitamente por meio do desvio de recursos públicos destinados à atividade político-partidária.
“[Eurípedes] foi responsável diretamente pela apropriação de recursos dos fundos Partidário e Eleitoral, destinados ao Partido Republicano da Ordem Social (Pros), em proveito próprio e alheio, sobretudo em datas similares ou próximas a eventos marcantes da disputa judicial da gestão do partido. Além disso, juntamente a outros integrantes da organização criminosa, furtou numerário significativo pertencente à agremiação política quando não mais podia movimentar formalmente contas bancárias, bem como inseriu declarações falsas nos autos das prestações de contas declaradas perante a Justiça Eleitoral, para fins de macular os crimes anteriormente perpetrados”, detalhou o promotor.
O MP aponta os crimes de organização criminosa, apropriação indébita, furto qualificado mediante fraude de recursos do fundo partidário, falsidade ideológica eleitoral, peculato eleitoral por meio de desvio e apropriação de recursos.
Além do político, outras nove pessoas ligadas ao dirigente partidário também foram denunciadas. São elas:
- o administrador Alessandro Sousa da Silva, o Sandro do Pros;
- o assistente social e ex-deputado distrital Berinaldo da Ponte;
- a servidora pública e tesoureira do Solidariedade Cintia Lourenço da Silva;
- o empresário Epaminondas Domingos do Nascimento Júnior;
- o cientista político Felipe Antônio do Espírito Santo;
- as advogadas Julia Rodrigues Monteiro Barros e Karen Lucia Santos Rechmann;
- o vigilante Lusiano Francisco de Sousa;
- e o servidor público Márcio Xavier da Silva;
Eurípedes encontra-se detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, após ser alvo da Operação Fundo no Poço, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema de desvio de verbas partidárias do PROS em 2022. A legenda foi incorporada no ano passado pelo Solidariedade. Na denúncia, o MPE defendeu a manutenção da prisão do político.