
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu investigação para apurar o vídeo divulgado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto, que mostra policiais militares realizando gestos semelhantes a saudações nazistas diante de uma cruz em chamas, em uma cerimônia semelhante aos rituais da Ku Klux Klan, grupo supremacista branco dos Estados Unidos.
O caso, que gerou forte repercussão nas redes sociais, está sendo investigado tanto pelo MP quanto pela Polícia Militar, que negou ligações com o supremacismo.
“Comprovando-se eventual desvio de conduta, serão tomadas as medidas necessárias para punição dos agentes da Polícia Militar, corporação que continua contando com a confiança do MP-SP”, afirmou a Procuradoria-Geral de Justiça em nota.
O vídeo, produzido com drones e trilha sonora cinematográfica, mostra cerca de 14 PMs realizando o gesto enquanto uma grande cruz queima ao fundo, com a sigla “Baep” em chamas e viaturas da corporação.
ABSURDO! PM de São Paulo divulgou um vídeo em que policiais militares queimam cruzes e fazem saudação nazista. O perfil oficial no Instagram do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto e região, no interior de São Paulo, apagou o vídeo logo em… pic.twitter.com/vCuGgJQnn1
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) April 15, 2025
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) emitiu nota afirmando que a PM “é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância”. A corporação destacou que “instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso” e que “qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada”.
O caso chamou atenção não apenas pelos gestos, mas também pela simbologia utilizada. O emblema do 6º Batalhão de Ações Especiais apresenta uma águia branca central que lembra a Reichsadler, símbolo do poder nazista, além de utilizar cores (preto, branco e vermelho) que ecoam a paleta cromática do Terceiro Reich, nome dado à Alemanha governada por Adolf Hitler.
A PM alega que o ritual faz parte da cerimônia de formação de novas turmas e que a intenção era “representar simbolicamente a superação dos limites físicos e psicológicos”, negando qualquer associação a ideologias extremistas. “Diante da repercussão e da possibilidade de interpretações distorcidas, o vídeo foi imediatamente retirado do ar”, afirmou a corporação.
As bancadas feministas do PSOL na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo enviaram ofícios à Corregedoria da PM e à SSP pedindo informações sobre as medidas que estão sendo tomadas em relação aos agentes envolvidos e quais ações serão implementadas para evitar casos semelhantes no futuro.
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