O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) acionou a Polícia Civil para investigar se Paulo Marçal (PROS), coach e pré-candidato a prefeito de São Paulo, violou uma medida judicial ao supostamente colocar em risco a integridade física de participantes de um reality show.
Em uma manifestação, a promotora Ana Luiza Silva relembrou uma decisão judicial de janeiro de 2022 que o proibia de realizar atividades externas na natureza sem autorização prévia das autoridades. Esta medida foi tomada após um incidente em que ele colocou em risco a vida de 30 pessoas durante uma tentativa de escalar o Pico dos Marins em condições climáticas adversas.
Segundo o UOL, a promotora informou que Marçal promoveu um reality show em maio de 2024, no qual um participante, Gabriel Godoy, relatou situações de maus-tratos e desrespeito. A suposta vítima forneceu fotos e vídeos que revelam abusos durante as gravações de “La Casa Digital 3”.
O MP-SP solicitou à delegacia de Serra Negra o boletim de ocorrência relacionado ao caso de Godoy, incluindo todas as edições e complementos do documento. A promotoria destacou que o coach pode se manifestar sobre o possível descumprimento das medidas cautelares e apresentar justificativas sobre o caso.
As alegações de agressões e maus-tratos também são parte de um processo judicial contra Paulo Marçal. Documentos revelam que o político organizou treinos extenuantes sem exames médicos prévios e atividades que poderiam violar a ordem judicial.
O reality show “La Casa Digital 3” foi gravado em uma fazenda em Itu e contou com 13 participantes realizando provas de resistência. O evento ocorreu um ano após a morte de um colaborador de Marçal em uma maratona promovida por sua empresa, a Xgrow, e dois anos após o incidente no Pico dos Marins.
O advogado do coach, Tassio Renan Botelho, negou qualquer desobediência à determinação judicial, afirmando que seu cliente atuou apenas como apresentador, não como organizador do evento. A Fazenda Toscana Ltda., onde ocorreu o reality, pertence ao famoso.
A Prefeitura de Itu e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmaram que não receberam pedidos de autorização para a realização do reality show.