Ministério Público de São Paulo. Foto: Divulgação

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça quatro policiais civis e um empresário acusados de envolvimento em um esquema de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no 77° Distrito Policial (DP) da Santa Cecília, no Centro da capital paulista.

O grupo teria desviado drogas apreendidas para revenda a traficantes, movimentando mais de R$ 81 milhões em cinco anos. A investigação da Corregedoria da Polícia Civil revelou que os acusados desviavam entorpecentes apreendidos em operações policiais e os revendiam a criminosos.

O MP-SP denunciou Cleber Rodrigues Gimenez, chefe dos investigadores do 77º DP, apontado como líder da organização criminosa, além dos policiais civis Fabrício Parise Branco, Gustavo Cardoso de Sousa e Thiago Gonçalves de Oliveira. Também foi denunciado o empresário Maxwel Pereira da Silva, sócio de Gimenez e dono da construtora Two Brothers Construções Inc.

Entre os cinco denunciados, apenas Gustavo Cardoso de Sousa permanece foragido. Os demais foram presos preventivamente durante as investigações. De acordo com a denúncia, os envolvidos ocultavam os lucros obtidos com o tráfico por meio da compra de imóveis e carros de luxo.

Parte do dinheiro ilícito era movimentada por meio da empresa de Maxwel Pereira e de uma concessionária de veículos de alto padrão, a 1000 Graus Comércio de Veículos Ltda, localizada em São Bernardo do Campo e registrada em nome da esposa de Gimenez e de um sócio.

O esquema criminoso não se restringia ao 77º DP. De acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, há indícios de que a organização também operava em outras delegacias da capital paulista, como o 59º DP, no Jardim Noêmia, o 2º DP, no Bom Retiro, o 50º DP, no Itaim Paulista, e o 96º DP, em Cidade Monções.

Cleber Rodrigues Gimenez atuava como chefe dos investigadores do 77° DP e é acusado de ser o principal articulador do esquema. Foto: Reprodução

A investigação indica que Cleber Gimenez assumiu o comando das operações ilícitas no 77º DP a partir de 2018, reunindo outros policiais da quadrilha em sua equipe. Entre os envolvidos estão Cleber Rodrigues Gimenez, chefe dos investigadores, que está preso no presídio da Polícia Civil, assim como Fabrício Parise Branco e Thiago Gonçalves de Oliveira, ambos policiais civis.

Gustavo Cardoso de Sousa, também policial civil, permanece foragido. Já o empresário Maxwel Pereira da Silva, apontado como integrante do esquema, está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos. Além dos cinco denunciados, a Corregedoria da Polícia Civil indiciou outros três suspeitos, incluindo a delegada titular do 77º DP.

Segundo o inquérito, ela teria negligenciado o controle das operações policiais e mantinha relação próxima com o empresário Maxwel Pereira. Há registros de que a delegada utilizava veículos apreendidos na residência dele, incluindo uma Dodge Ram, onde foram encontradas drogas e dinheiro sem justificativa.

A delegada foi afastada do cargo no dia 7 de fevereiro e está sob investigação por possível conivência com o esquema. A SSP informou que os cinco policiais denunciados estão afastados e que as investigações continuam. Em nota, a pasta declarou:

“A Corregedoria da Polícia Civil apura o envolvimento de policiais civis do 77° Distrito Policial (Santa Cecília) em um esquema criminoso relacionado ao tráfico de drogas. No dia 7 de fevereiro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência dos investigados, que resultaram no afastamento de três policiais. No fim de janeiro, outros dois agentes já haviam sido presos. As investigações prosseguem para esclarecer os fatos e apurar o envolvimento de outros policiais. A Polícia Civil reforça que é uma instituição legalista e todos os desvios de conduta são punidos com o rigor da lei.”

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Last Update: 22/03/2025