
Por Coletivo de Comunicação do MST em São Paulo
Da Página do MST
Entre os dias 14 e 17 de dezembro, ocorreu o 34º Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo. A atividade ocorreu no Centro de Formação da Capauva, em Campina do Monte Alegre, interior de São Paulo. Participaram do Encontro mais de 200 militantes Sem Terra vindos de assentamentos e acampamentos das dez regionais do MST no estado.
Depois de um amplo calendário de lutas, o MST chega ao final de 2024, ano em que completou 40 anos de lutas e conquistas, com a realização de dezenas de atividades culturais e formativas nas regiões, fortalecendo a perspectiva da Agroecologia e a Reforma Agrária Popular, a partir de nossos territórios. Entre as ações, destaca-se a Jornadas de Março e Abril, a realização da primeira Feira Estadual da Reforma Agrária Neusa Paviato no estado, a participação ativa nas eleições municipais; o posicionamento político-ideológico na Cúpula Social do G20, dando voz à mensagem internacionalista dos líderes mundiais sobre a fome, imperialismo, a crise climática e o genocídio do povo palestino.
Entretanto, a fome ainda assola milhões de pessoas em nosso país, as catástrofes ambientais se intensificam a cada dia, enquanto milhares de famílias acampadas resistem na luta pela terra e a maioria das famílias assentadas ainda não acessa as políticas públicas que vêm sendo implementadas.
Por isso, o Encontro Estadual do MST em SP reforça o compromisso do movimento em revisitar nossa história, avaliar as ações e apontar ações concretas de luta contra os inimigos da classe trabalhadora. O Encontro se colocou, portanto, como espaço de estudo e balanço projetivo, permitindo, assim, planejar as formas de acumular forças para o próximo período.
Políticas Públicas para a Reforma Agrária
Entre as atividade realizadas, destaca-se a mesa de debates sobre as políticas públicas e o papel do governo federal no fortalecimento da agricultura familiar, na qual estiveram presentes a Secretária de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB-MDA), Ana Terra Reis; Alberto Carmassi (UFSCar Lagoa dos Sinos), Priscilla Najara (IFSP), Nilto Tatto (Deputado Federal – SP) e Alex Campos do Partido dos Trabalhadores (PT) – Macro Sudoeste.
Conforme apontou Ana Terra Reis, “o nosso grande debate é para se ampliar recursos do PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e das Cozinhas Solidárias, pensando nesse programa como grande solução da fome no Brasil”.
A partir das provocações da secretária, a plenária dialogou sobre o papel do PAA e da iniciativa do programa de Cozinhas Solidárias como ferramentas para fomentar o trabalho das famílias assentadas na produção de alimentos saudáveis, bem como agir diretamente no combate à fome.
Pela tarde, a mesa de análise da conjuntura recebeu as contribuições de Ceres Hadich e João Paulo Rodrigues, ambos da Coordenação Nacional do MST. Os dirigentes apontaram os elementos centrais para a compreensão da nossa sociedade neste tempo histórico e como o avanço do neoliberalismo e do fascismo em escala mundial promovem desigualdade social e diversas formas de violência.
João Paulo Rodrigues ainda apontou as tarefas políticas e organizativas do Movimento Sem Terra para continuar posicionando a Reforma Agrária como a saída para os problemas sociais que nossa população enfrenta. “Temos três grandes frentes de disputa: a luta pela terra, construção de uma grande força política e econômica, entende a necessidade de se ter uma potência na produção de alimentos, e a importância de se ter uma forte frente política estruturada nacional e internacional”, apontou o dirigente.
Agroecologia para desenvolver os assentamentos rurais
A programação do 34º Encontro Estadual também deu destaque para os debates sobre o desenvolvimento dos assentamentos rurais, colocando no centro do debate a pauta levantada pelas famílias assentadas para melhoria da qualidade de vida e fomento à produção nos territórios da Reforma Agrária.
Entre as demandas que as famílias apresentaram, estão: habitação, crédito emergencial para mulheres e jovens, ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos, criação do programa Desenrola Brasil no Campo, entre outros.
Outros tópicos abordados durante a atividade, destacou a importância de fortalecimento da cooperação e da agroindustrialização nos assentamento para avançar no potencial produtivo e desenvolvimento das cadeias produtivas. Ações essas que garantem também a perspectiva da agroecologia e produção de alimentos saudáveis.
“Esse foi um encontro muito rico onde nós aprofundamos vários temas sobre a nossa militância. O tema organizativo, o tema da questão dos assentamentos, da massificação da luta e da agroecologia. Saímos com um saldo positivo de compromisso com o próximo período para desenvolver um amplo processo de luta