Desde o início do mês de agosto, a população nigeriana decidiu ocupar as ruas para protestar contra as reformas implementadas pelo presidente Bola Tinubu no ano passado. De acordo com a direção da mobilização, os protestos devem durar 10 dias com o objetivo de pressionar o governo a atender às reivindicações contra o alto custo de vida no país. Como resposta, Tinubu está utilizando as forças de repressão do estado que assassinaram 13 manifestantes. 

Milhares de pessoas estão protestando contra a fome na Nigéria, o salário-mínimo não compra um saco de arroz de 50 kg que custa 90 mil nairas, apesar do recente aumento de 30 mil nairas (U$20) para 70 mil nairas (U$45). Este é um alimento básico do povo nigeriano que havia custado médio de 32 mil nairas em fevereiro, o aumento em agosto se deu em virtude de uma inflação recorde de quase 35%. Além disso, também foram registrados cartazes dizendo “Deem-nos energia estável”, quase metade da população de 210 milhões não tem acesso à energia elétrica. 

Em discurso televisionado, o presidente teria dito: “Eu ouvi vocês alto e claro” e alegado que havia reduzido o serviço da dívida de 97% da receita para 68% nos últimos 13 meses por meio de sua política de reformas. O governo estaria buscando conter os protestos oferecendo subsídio para servidores públicos pagarem metade do preço pelo saco de arroz. Também desencorajando os manifestantes, através de transmissões patrocinadas, alegando que o esforço “seria sequestrado por bandidos” e “colocaria em risco as vidas dos nigerianos”.  O presidente também alegou que o esforço seria sequestrado por bandidos e colocaria em risco as vidas dos nigerianos.

O porta-voz da polícia nigeriana Muyiwa Adejobi declarou que “não é o momento certo para protestar” e acrescentou que a Nigéria tem “um histórico de protestos violentos”, fazendo referência a protestos de 2020 que terminou com a morte de 50 pessoas. 

A polícia nigeriana está utilizando gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes, em quatro estados foi decretado toque de recolher, a violenta repressão resultou na morte de 13 pessoas a última quinta-feira (7). Além disso, a polícia teria prendido 326 manifestantes sob alegação de incêndio criminoso e saques e outros 80 manifestantes por portarem bandeiras da Rússia. 

Nas mobilizações que aconteceram no Níger, onde o governo do capacho Mohamed Bazoum foi derrubado por uma junta de militares, também estavam presentes bandeiras russas. Isso indica que se trata do mesmo movimento em toda região do Sael na África, outro dado importante é que essa mobilização foi inspirada em manifestações que estariam ocorrendo no Quênia. A rebelião contra a política neoliberal, uma verdadeira selvageria imposta pelo imperialismo, está se espalhando por todo continente africano. 

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Última Atualização: 12/08/2024