O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), definiu nesta sexta-feira (18) que o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar as fraudes que aconteceram no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será o deputado Ricardo Ayres (TO). O político é do mesmo partido de Motta e seu aliado.
A notícia de que Ayres será o relator da Comissão só aumenta a tensão entre o Executivo e o Legislativo, já que o governo Lula (PT) irá encontrar um embate acirrado na CPMI, em que bolsonaristas tentarão emplacar a narrativa de que o presidente é responsável pelos desvios de R$ 6,3 bilhões no INSS.
O plano da oposição de extrema-direita é aumentar a pressão contra Lula, tentando repetir a velha propaganda de que ele é corrupto e ineficaz como líder do Brasil. A investida para imputar essa narrativa também tenta eximir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de qualquer responsabilidade pelo escândalo. As investigações da Polícia Federal apontam que o esquema ilegal começou sob o seu governo.
Ricardo Ayres já votou a favor do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do projeto que cria novas regras de licenciamento ambiental. A derrubada de ambas as pautas era de suma importância para Lula e sua base.
O requerimento de criação da CPI prevê que os trabalhos durem até 180 dias e que a investigação custe até R$ 200 mil.
