Motta mandou desligar a TV Câmara para esconder violência policial contra Glauber e jornalistas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente da Câmara Hugo Motta mandou desligar a TV Câmara e bloquear o acesso de jornalistas ao Plenário para esconder a violência da Polícia Legislativa contra o deputado Glauber Braga, outros parlamentares e profissionais da imprensa.

Motta ordenou a ação policial repressiva para terminar o protesto político individual e pacífico do deputado Glauber na Mesa da Câmara.

O protesto de Glauber era justo e legítimo. Ele protestava pela decisão ultrajante de Motta de incluir na pauta de votação a cassação do seu mandato juntamente com a cassação de Carla Zambelli, e, também, a votação do projeto de anistia disfarçada de redução da pena de Bolsonaro e comparsas golpistas.

A equiparação entre os casos de Glauber e Zambelli é mais uma canalhice inaceitável de Motta.

Glauber foi submetido a um processo kafkiano após defender sua mãe enferma de agressões de um militante do MBL. Arthur Lira, tutor de Motta, aproveitou a circunstância para fazer represálias e perseguir o deputado do PSOL por denunciar o esquema corrupto com o orçamento secreto coordenado pelo ex-presidente da Câmara.

Zambelli, por outro lado, é uma criminosa foragida da justiça. Ela foi condenada criminalmente pelo STF por invadir o poder judiciário e ameaça armada.

Motta está cometendo crimes de responsabilidade nos casos da bolsonarista fugitiva e do Alexandre Ramagem, pois se esquiva de declarar de ofício a perda de mandato, como determina o artigo 55 da Constituição, nos incisos III e IV.

Momento em que Glauber Braga (PSOL-RJ) é retirado da cadeira de Motta na Câmara. Foto: Reprodução

A atitude do presidente da Câmara em relação a Glauber foi muito diferente da que ele adotou quando do movimento em manada da horda bolsonarista que fechou a Câmara dos Deputados e impediu seu funcionamento por 48 horas por não aceitar a prisão domiciliar de Bolsonaro decretada pela Suprema Corte no início de agosto passado.

O fechamento da Câmara pelos bolsonaristas que continuam impunes é grave, só havia acontecido antes durante a ditadura militar, e caracteriza um atentado à democracia e ao funcionamento legislativo.

Ao se explicar sobre o episódio, Motta mentiu descaradamente. Ele justificou a brutalidade contra parlamentares e repórteres dizendo que “adotou o protocolo” e “cumpriu o regimento”.

Hugo Motta abandonou os disfarces. O presidente da Câmara busca se equilibrar simulando equidistância entre governo e oposição, quando na realidade age de modo faccional, como operador das pautas bolsonaristas e fascistas e articulador da campanha eleitoral do seu correligionário Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

Depois de bancar a derrota do IOF para proteger os super ricos, a PEC da Bandidagem e a desfiguração do PL Antifacção, Motta articulou com a direita o pagamento do preço da candidatura de Flávio Bolsonaro com o PL de anistia parcial disfarçado de redução de penas.

Motta nunca reuniu condições para presidir a Câmara. Ele é um personagem menor, ridículo, teleguiado por Eduardo Cunha e Arthur Lira no processo de debilitamento do governo e de construção da candidatura de Tarcísio à presidência.

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