
Deputados governistas e do Centrão avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não tem saída e terá de cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a perda do mandato de Carla Zambelli (PL-SP), conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
A leitura predominante na Câmara é que, após a ordem do ministro do STF, o presidente da Casa precisará declarar a vacância e dar posse ao suplente da parlamentar bolsonarista.
Na noite de quinta-feira (11), Moraes anulou a votação realizada pela Câmara no dia anterior, que havia rejeitado a cassação de Zambelli, e determinou a perda imediata do mandato. A deputada está presa na Itália após condenação pelo STF.
Para parlamentares, Motta já esperava esse desfecho e não terá margem para descumprir a decisão judicial.
A avaliação no Congresso é que a decisão sobre Zambelli deve ser estendida ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também condenado pelo STF. A cassação de Ramagem estava prevista para ser votada em plenário na próxima quarta-feira (17), mas parlamentares acreditam que o entendimento do Supremo tende a ser aplicado de forma semelhante.

Promessa e fracasso
O compromisso, feito em conversas privadas, levou o presidente da Casa a pautar a cassação da deputada na mesma sessão em que avançou o processo contra Glauber Braga (PSOL-RJ), após uma manobra na Comissão de Constituição e Justiça.
A tentativa, porém, fracassou. Na votação de quarta-feira (10), apenas 227 deputados votaram pela cassação, 30 a menos do que o necessário. Faltaram à sessão 69 parlamentares do PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB, partidos que costumam dar sustentação a Motta.
