Motta enviou R$ 17 milhões para cidade do pai com aval do governo

Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e Lula, presidente da República. Foto:
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O governo Lula autorizou o envio de R$ 17 milhões em emendas parlamentares para a ampliação do “Terreiro do Forró” de Patos (PB), cidade governada por Nabor Wanderley, pai do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O espaço é um dos principais locais das festividades do São João no município, mas este ano, após chuvas fortes, o local virou um lamaçal, e a ampliação ficou no centro de uma disputa judicial.

A verba foi destinada por meio da Comissão do Turismo da Câmara, com o apoio de Motta, e o Ministério do Turismo formalizou o uso desses recursos em um contrato com a prefeitura de Patos em dezembro de 2024, a menos de dois meses das eleições que elegeram Motta presidente da Câmara.

Embora a destinação de emendas não seja obrigatória, o governo Lula optou por liberar os recursos para a ampliação do espaço, o que gerou críticas e aumentou a polêmica. O valor destinado ao projeto não foi efetivamente repassado até o momento, e a Caixa Econômica Federal aguarda documentos técnicos para autorizar o início dos repasses.

A Prefeitura de Patos alegou que a intervenção inicial foi feita com “recursos próprios” e maquinário da cidade, mas o projeto de engenharia para a ampliação está em processo de finalização e será enviado à Caixa para análise.

Nabor Wanderley, prefeito de Patos (PB), e seu filho, Hugo Motta. Foto: Reprodução

A ampliação do “Terreiro do Forró” foi amplamente divulgada por Nabor nas redes sociais e atribuída ao esforço do filho, o deputado Hugo Motta. Durante a abertura do São João de Patos, o prefeito destacou o papel do deputado na obtenção dos recursos para a obra.

As críticas aumentaram quando o terreno ampliado se transformou em um lamaçal devido à falta de infraestrutura adequada. A prefeitura, em resposta, fez uma intervenção de emergência para cobrir o chão de terra com pó de brita e restaurar o local para a continuidade das festas.

A batalha judicial surgiu após a prefeitura desapropriar uma área de 17 lotes, que totalizam 5,3 mil m² pertencentes a dois grupos alegando “utilidade pública” do terreno. A gestão municipal estipulou uma indenização de R$ 1,3 bilhões, mas o valor foi considerado insuficiente pelas empresas.

Os proprietários pedem uma indenização mais alta, de R$ 8,3 milhões, à Justiça. O caso foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após um recurso especial da prefeitura.

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