O presidente da Câmara, Hugo Motta. Foto: Divulgação

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), emitiu um ato formal que suspendeu as comissões entre 22 de julho e 1º de agosto. Durante o recesso branco, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia planejado um retorno simbólico ao Congresso, com a intenção de participar de reuniões nas comissões de Relações Exteriores e de Segurança Pública, ambas sob controle de seus aliados bolsonaristas.

O objetivo era aprovar moções de apoio ao ex-mandatário e reagir à decisão judicial que o impede de dar entrevistas e se manifestar nas redes sociais. O anúncio da suspensão das sessões ocorreu minutos antes do início previsto das reuniões, por meio de um “ato do presidente” que estabelecia a proibição de atividades nas comissões durante o período de recesso.

A medida teve efeito imediato e gerou forte reação da oposição, que acusou Motta de agir de forma autoritária e de violar o regimento da Casa. A oposição apostava que, por se tratar de um recesso informal, já que a LDO ainda não foi votada, seria possível manter os trabalhos nas comissões.

A ausência de Bolsonaro nas dependências da Câmara também chamou atenção. Inicialmente, deputados da base aliada confirmaram sua ida ao Congresso, mas após o cancelamento das reuniões, o ex-presidente optou por não aparecer.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Os bolsonaristas viam nas comissões uma oportunidade para reverter a imagem de isolamento do ex-presidente. A pauta previa a votação de moções de repúdio às sanções impostas a Bolsonaro, além de declarações de apoio e “louvor”.

Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores, afirmou que acionará organismos internacionais como a ONU e a OEA quando o recesso for encerrado. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi um dos mais incisivos na crítica ao ato de Motta, classificando-o como “ilegal e antirregimental”.

Segundo ele, o presidente da Câmara estaria fora do Brasil e, portanto, sem prerrogativas para editar decisões administrativas. Cavalcante afirmou ainda que o partido se sente “amordaçado” e convocou a militância a ocupar as ruas em 3 de agosto.

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Last Update: 22/07/2025