O objetivo era aprovar moções de apoio ao ex-mandatário e reagir à decisão judicial que o impede de dar entrevistas e se manifestar nas redes sociais. O anúncio da suspensão das sessões ocorreu minutos antes do início previsto das reuniões, por meio de um “ato do presidente” que estabelecia a proibição de atividades nas comissões durante o período de recesso.
A medida teve efeito imediato e gerou forte reação da oposição, que acusou Motta de agir de forma autoritária e de violar o regimento da Casa. A oposição apostava que, por se tratar de um recesso informal, já que a LDO ainda não foi votada, seria possível manter os trabalhos nas comissões.
A ausência de Bolsonaro nas dependências da Câmara também chamou atenção. Inicialmente, deputados da base aliada confirmaram sua ida ao Congresso, mas após o cancelamento das reuniões, o ex-presidente optou por não aparecer.

Os bolsonaristas viam nas comissões uma oportunidade para reverter a imagem de isolamento do ex-presidente. A pauta previa a votação de moções de repúdio às sanções impostas a Bolsonaro, além de declarações de apoio e “louvor”.
Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores, afirmou que acionará organismos internacionais como a ONU e a OEA quando o recesso for encerrado. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi um dos mais incisivos na crítica ao ato de Motta, classificando-o como “ilegal e antirregimental”.
Segundo ele, o presidente da Câmara estaria fora do Brasil e, portanto, sem prerrogativas para editar decisões administrativas. Cavalcante afirmou ainda que o partido se sente “amordaçado” e convocou a militância a ocupar as ruas em 3 de agosto.