Ônibus de São Paulo. Foto: Elisa Rodrigues/SPTrans

Os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, representados pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), decidiram entrar em greve na próxima quarta-feira, 4 de julho. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta sexta-feira (28) após a categoria não conseguir chegar a um acordo com a Prefeitura de São Paulo e as empresas de ônibus.

Os trabalhadores reivindicam um reajuste salarial de 3,69%, além de um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais causadas pela pandemia. Outros pontos de reivindicação incluem a hora de almoço remunerada, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), adequação de nomenclaturas e um plano de carreiras para o setor de manutenção.

Em nota, o presidente do Sindmotoristas, Edivaldo Santiago, destacou a frustração da categoria com as negociações: “Os motoristas se reuniram com a Prefeitura de São Paulo nas últimas semanas, mas não conseguiram entrar em acordo com os dirigentes das empresas de ônibus”.

Edivaldo afirmou ainda que, apesar de um reajuste salarial de 12,75% ter sido garantido em uma greve anterior, outras demandas importantes não foram atendidas.

A greve deve afetar significativamente o transporte público da maior cidade do país. De acordo com a SPTrans, a paralisação impactará 675 linhas diurnas e 6.008 ônibus, que transportariam aproximadamente 1,5 milhão de passageiros no horário de pico da manhã. A operação em todas as garagens será interrompida a partir das 4h, exceto na Express, na zona leste da cidade.

Em resposta à possível paralisação, a Prefeitura de São Paulo decidiu suspender o rodízio de veículos para a próxima quarta-feira. “A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizada”, afirmou a administração municipal em nota.

Trabalhadores de SP em ônibus. Foto: reprodução

A decisão de greve também foi influenciada por uma série de ações judiciais e assembleias anteriores. Em 31 de maio, a SPTrans obteve uma decisão liminar na Justiça do Trabalho que determina a operação de 80% da frota nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. No entanto, a categoria continuou insatisfeita com a falta de progresso nas negociações.

No início de junho, uma manifestação prevista para o dia 7 foi adiada após uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). As partes concordaram em reabrir as negociações de reajuste salarial, o que suspendeu temporariamente a possibilidade de paralisação. No entanto, sem avanços significativos, os trabalhadores decidiram retomar a greve.

Entre as demandas inegociáveis da categoria está a redução da jornada de trabalho. A proposta é de 7 horas efetivamente trabalhadas, incluindo 30 minutos para descanso e refeição, ou 6 horas trabalhadas com 1 hora remunerada. Atualmente, os trabalhadores têm uma jornada de 7 horas sem descanso remunerado.

Outras reivindicações incluem um reajuste de 17% no seguro de vida, melhorias nos convênios médico e odontológico, auxílio funeral com revisão dos valores e um cartão para uso em casos de necessidade. A categoria também pede a ampliação da PLR, um reajuste do valor do tíquete para R$ 38 e uma cesta básica com produtos de qualidade.

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Última Atualização: 01/07/2024