Nessa quarta-feira (17), foi divulgado o Relatório Nacional de Segurança Pública. O estudo revela que indivíduos de cor escura têm 3,8 vezes mais chances de serem vitimados pela autoridade policial do que pessoas de cor clara.
O levantamento chega a essa conclusão ao analisar que, em 2023, agentes policiais assassinaram 6.393 pessoas, uma taxa de 3,1 por 100 mil habitantes. A maioria destas vítimas, por sua vez, eram de cor escura, um total de 82,7%, resultando, também, em uma discrepante taxa de mortalidade: para indivíduos de cor clara, foi de 0,9 mortos para cada 100 mil pessoas de cor clara; para indivíduos de cor escura, foi de 3,5 para cada grupo de 100 mil pessoas de cor escura.
“Isto significa dizer que a taxa de mortalidade de indivíduos de cor escura em intervenções policiais é 289% superior à taxa verificada entre indivíduos de cor clara, na evidência do viés racial nas abordagens e no uso da força das autoridades policiais brasileiras”, afirma o documento.
Fato é que a autoridade policial existe para reprimir os trabalhadores. Acontece que, no Brasil, a esmagadora maioria da classe operária é de cor escura, resultando em dados como os apresentados pelo estudo. Em outras palavras, não é que a autoridade policial assassine preferencialmente indivíduos de cor escura, mas sim, preferencialmente pessoas pobres.