Morreu nesta terça (21) o primeiro presidente de esquerda de El Salvador (2009-2014), Mauricio Funes, aos 65 anos. Funes morreu na Nicaraguá como exilado político, após ser acusado de corrupção em seu país natal.
“Infelizmente, o paciente cidadão Carlos Mauricio Funes Cartagena, ex-presidente de El Salvador, (…) faleceu”, anunciou o Ministério da Saúde da Nicarágua em nota publicada no meio oficial 19digital.
Funes, que chegou ao poder por meio de uma coalizão liderada pela Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de esquerda, morreu às 21h35, horário local (0h35 em Brasília), “em decorrência de uma doença crônica grave”, informou o comunicado oficial.
Jornalista de profissão e entrevistador incisivo em um programa de notícias de televisão, Funes concorreu nas eleições de março de 2009 e pôs fim a 20 anos de governo da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), de direita.
Durante seu governo, promoveu programas sociais e, em nome do Estado salvadorenho, pediu perdão pelas vítimas do Exército durante a sangrenta guerra civil (1980-1992), que deixou mais de 75 mil mortos.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, a FMLN destacou que Funes, tanto como jornalista investigativo quanto como presidente de El Salvador, teve ampla aceitação entre os cidadãos e a comunidade internacional.
A FMLN também admitiu que, embora questione a atuação de alguns de seus aliados no gabinete, se lembrará de Funes como o presidente da mudança, com um legado que perdurará apesar de seus detratores.