O professor, advogado e militante dos direitos humanos, Marcello Lavenère, de 86 anos, morreu neste domingo (12), em Brasília (DF).
Lavenère se tornou nacionalmente conhecido por ter, como presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), assinado o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Ele presidiu a OAB entre 1991 e 1993. Antes, Lavenère também esteve aqui frente da OAB de Alagoas por dois mandatos consecutivos, de 1981 a 1985.
O advogado foi presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, entre 2003 e 2007, onde se dedicou à análise das reparações às vítimas da ditadura militar, em atuação pelos direitos dos perseguidos políticos.
Como professor, Lavenère lecionou na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na Universidade de Brasília (UnB) e na Escola Superior do Ministério Público.
Em nota publicada no X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o legado do jurista que foi “sempre atuante na defesa da democracia e da justiça social”, além de ter se dedicado “à luta pela reparação às vítimas da ditadura”.
Lula transmitiu sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos, colegas e admiradores do advogado, que também foi membro da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
“Sempre atuante na defesa da democracia e da justiça social, Lavenère deixou seu legado na advocacia do Brasil e à frente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e se dedicou à luta pela reparação às vítimas da ditadura”, publicou o presidente nas redes sociais.
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), prestou homenagem à Lavenère em publicação nas redes sociais. “Sua trajetória será sempre lembrada como inspiração para todos que acreditam em um país mais justo e iqualitário”, disse a ministra.
A Associação de Advogados e Advogadas pela Justiça, Democracia e Cidadania (ADJC) classificou seu falecimento como “uma grande perda para a advocacia e a democracia brasileira”. A ADJC, em particular seu coordenador nacional, Aldo Arantes destaca que sempre manteve laços de amizade com Lavanère.
A OAB Nacional instaurou luto de sete dias por Lavenère, que era membro honorário vitalício do conselho federal da entidade. “O sentimento que nos toma é de tristeza. Quem partiu foi um dos imprescindíveis da advocacia. Um homem com alma generosa e solidária”, disse em nota o atual presidente, Beto Simonetti.
Ele deixa esposa, 6 filhos, 15 netos e 7 bisnetos. O velório e cremação serão realizados na segunda (13), em Brasília.