
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido feito pela defesa do policial federal Wladimir Matos Soares para adiar o julgamento marcado para os dias 20 e 21 de maio. Ele é investigado por envolvimento em um suposto plano golpista que pretendia impedir a posse do presidente Lula e prender ministros da Corte.
O pedido da defesa foi apresentado após a inclusão de novos áudios no processo, em que o policial cita um grupo armado supostamente preparado para agir em favor do então presidente Jair Bolsonaro. O material também indica que ele teria repassado informações sigilosas sobre a segurança de Lula a aliados do ex-presidente.
Ao negar o adiamento, Moraes ressaltou que os novos elementos foram incluídos no processo por iniciativa da própria defesa e, por isso, não alteram o conteúdo da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o ministro, o conjunto de provas que fundamenta a acusação permanece válido para ser analisado em juízo.
Nos áudios obtidos e periciados pela Polícia Federal, Soares afirma integrar uma “equipe de operações especiais”, com armamento e disposição para impedir a posse de Lula e prender membros do STF. Ele diz que o grupo aguardava uma autorização formal de Bolsonaro para agir.
O policial federal Wladimir Soares disse em áudio que fazia parte de uma equipe de operações especiais para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República em ação que iria "matar meio mundo de gente". A gravação foi encontrada pela Polícia Federal entre os… pic.twitter.com/NxfrjV3qgN
— Folha de S.Paulo (@folha) May 15, 2025
Além disso, as gravações registram críticas do policial ao comportamento das Forças Armadas e do próprio ex-presidente. Em uma das falas, Soares declara que Bolsonaro “recou” e “faltou com pulso firme” ao não autorizar o ataque. Os interlocutores também lamentam a falta de generais com o perfil do regime militar de 1964.
Wladimir Matos Soares, de 53 anos, foi denunciado pela PGR por participação ativa no planejamento de atos antidemocráticos, incluindo o vazamento de informações sigilosas. A apuração integra o inquérito que investiga a articulação de grupos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar impedir a transição do governo eleito.
As audiências seguem confirmadas para os dias 20 e 21 de maio, quando a Justiça deverá ouvir as partes envolvidas e avançar no julgamento do caso.
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