Moraes reforça monitoramento da Polícia Federal sobre Bolsonaro após risco de fuga

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26) que a Polícia Penal do Distrito Federal mantenha vigilância em tempo integral sobre a residência de Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República se manifestar favoravelmente ao pedido da Polícia Federal, que apontou risco concreto de fuga do ex-presidente, sobretudo depois que investigadores localizaram no celular de Bolsonaro um rascunho de pedido de asilo político à Argentina.

O monitoramento será feito de forma contínua, com equipes escaladas 24 horas por dia, mas com a orientação de que a operação seja discreta, sem exposição midiática e sem causar transtornos à vizinhança. O despacho de Moraes autoriza a presença ostensiva ou reservada dos agentes, de acordo com a necessidade, e busca assegurar que o ex-presidente cumpra todas as medidas cautelares já impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a restrição de comunicação com aliados investigados.

A determinação acontece a poucos dias do início do julgamento da trama golpista, marcado para 2 de setembro, em que Bolsonaro será julgado pela sua participação nas tentativas de golpe de estado após as eleições de 2022. Para o STF, há indícios de que o ex-presidente, mesmo afastado do poder, ainda representa risco à estabilidade institucional, tanto pela influência que mantém sobre sua base de apoiadores quanto pela reincidência em discursos que deslegitimam a democracia brasileira.

Embora a defesa de Bolsonaro insista na narrativa de perseguição política, a intensificação da vigilância ressalta a gravidade das acusações e a desconfiança das autoridades quanto ao seu compromisso em cumprir as decisões judiciais. O reforço da Polícia Federal não apenas garante o controle do cumprimento da prisão domiciliar, mas também simboliza a disposição do Supremo em impedir qualquer manobra que possa repetir os episódios de insubordinação às regras democráticas.

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