
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu nesta quarta-feira (28) uma testemunha de defesa durante a audiência da ação penal que apura a tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, conforme informações do Globo.
Antônio Ramirez Lorenzo, ex-secretário-executivo de Anderson Torres no Ministério da Justiça, declarou que, se não tivesse passado pela pasta, teria uma visão diferente sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
A fala foi interrompida por Moraes, que rebateu: “Responda os fatos. Se o senhor acha ou não que teve golpe, não é importante para a Corte”.
Lorenzo foi indicado como testemunha de defesa de Anderson Torres, que responde como réu no processo. Ele ocupou os cargos de chefe de gabinete e, posteriormente, de secretário-executivo durante a gestão de Torres no ministério, sob o governo Bolsonaro.
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Além de Lorenzo, estão previstas outras quatro testemunhas de defesa: Gustavo Henrique Dutra, Márcio Phurro, Jorge Henrique da Silva e Rosivan Correia de Souza.
Anderson Torres faz parte do grupo que foi classificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como central na articulação da tentativa de golpe. Além de Torres e Bolsonaro, também integram o “Núcleo 1” Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Augusto Heleno, Braga Netto, Mauro Cid e Paulo Sérgio Nogueira.
Nesta fase da ação penal, o STF pretende ouvir 82 testemunhas. Até agora, 38 já prestaram depoimento. Dez testemunhas desistiram e duas enviaram declarações por escrito. Restam 32 pessoas para concluir as oitivas.