O ministro Alexandre de Moraes criou divergências nos bastidores do Supremo Tribunal Federal ao indicar que o julgamento de Jair Bolsonaro e aliados no plano de golpe de Estado serão julgados pelo 1ª Turma do STF.
Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, da Folha, ministros disseram que a decisão enseja críticas à atuação do STF, porque os golpistas que atentaram contra a democracia em 8 de Janeiro, em Brasília, foram julgados no plenário, e não nas turmas.
A estratégia de Moraes, segundo a colunista, é tentar viabilizar uma condenação unânime para Bolsonaro e os golpistas na 1ª Turma, onde não há ministros indicados pelo ex-presidente. O grupo é composto por Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, além do próprio Moraes.
No plenário, ministros como Kássio Nunes e André Mendonça, entre outros, poderiam abrir divergências favoráveis à defesa de Bolsonaro e os demais acusados pela Procuradoria-Geral da República, que apresentou denúncia por tentativa de golpe de Estado na noite de terça (18).
Ainda segundo a apuração, mesmo abrindo divergência, o julgamento no plenário, para alguns ministros ouvidos em caráter de anonimato, seria o ideal no caso de Bolsonaro, pois além de definitivo, daria peso ao caso.
De acordo com reportagem publicada na Folha desta quarta (19), o STF estima julgar Bolsonaro ainda em 2025, para evitar o calendário eleitoral de 2026.