O general Walter Braga Netto, um dos réus da trama golpista, foi preso no ano passado. Foto: Estadão Conteúdo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um pedido da defesa do general Walter Braga Netto para não transmitir seu depoimento à Corte no processo da trama golpista. A defesa do bolsonarista alegou que a exibição da oitiva poderia gerar prejuízos a ele.

Ao negar a solicitação, o magistrado afirmou que os advogados do general não demonstraram qualquer existência de “efetivo prejuízo” da transmissão do depoimento para sua imagem, mas prometeu reavaliar se novos argumentos forem apresentados.

“Caso aponte elementos concretos que justifiquem a decretação do sigilo do interrogatório, será realizada nova análise. Diante do exposto, indefiro o pedido”, escreveu o magistrado em decisão proferida nesta segunda (9).

Ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Braga Netto está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde o ano passado e prestará depoimento por videoconferência, ao contrário dos demais réus do “núcleo 1”.

Walter Braga Netto e Jair Bolsonaro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os interrogatórios começam nesta segunda, com a oitiva do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, afirmou que ele não ficará em silêncio durante o depoimento.

Além dos três, prestarão depoimento outros cinco réus do “núcleo 1”: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin; Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal; General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

Os oito réus do núcleo 1 respondem por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

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Last Update: 09/06/2025