Moraes nega liberdade a general que planejou morte de Lula

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto Gustavo Moreno/SCO/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva do general da reserva Mario Fernandes, acusado de participar do plano de golpe de Estado que incluía um atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro Moraes. A decisão, publicada na segunda-feira (3), rejeitou os pedidos de liberdade apresentados pela defesa do militar, que alega falta de provas concretas para justificar a prisão.

Mario Fernandes foi preso em novembro de 2022 no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, batizada de “Punhal Verde e Amarelo”.

Segundo a Polícia Federal (PF), o plano incluía o sequestro e possível execução de Lula, Alckmin e Moraes, além de ações para instaurar um golpe após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. O general é apontado como uma figura central no planejamento da ruptura institucional.

A defesa de Fernandes nega as acusações e argumenta que o documento apreendido pela PF não foi compartilhado com terceiros e que não há conexão entre o militar e a operação “Copa 2022”, que envolvia o monitoramento de Moraes.

Os advogados também contestam a relevância do papel de Fernandes no suposto golpe, afirmando que ele “nunca articulou plano para Golpe de Estado ou de suposto monitoramento de qualquer autoridade pública”.

Em dezembro de 2024, a defesa de Fernandes apresentou um pedido de revogação da prisão preventiva, alegando a “inexistência dos requisitos legais” para mantê-lo preso. No dia 26, Moraes negou o pedido, mantendo a prisão sem medidas cautelares. No dia 31, a defesa entrou com um agravo regimental, argumentando que o decreto de prisão não se baseava em fatos novos ou concretos.

Em janeiro, um novo pedido de liberdade foi apresentado ao STF, mas Moraes manteve a decisão anterior, reforçando que os argumentos da defesa não eram suficientes para revogar a prisão. O caso será agora analisado pela Primeira Turma do STF, que decidirá se Fernandes poderá responder às acusações em liberdade.

O general bolsonarista Mario Fernandes, preso desde novembro de 2024. Foto: reprodução

Quem é Mario Fernandes

Mario Fernandes foi secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e é um dos 40 indiciados pela PF na investigação sobre o suposto golpe.

Segundo o relatório final da PF, o general teve “atuação de extrema relevância no planejamento de Golpe de Estado e ruptura institucional”. A investigação aponta que o documento “Punhal Verde e Amarelo” teria sido “possivelmente impresso” no Palácio do Planalto por Fernandes e levado ao Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro.

A defesa, no entanto, insiste que Fernandes não tem relação com os eventos ligados à operação “Copa 22” e que “ninguém teve acesso ou conhecimento da minuta encontrada no HD”.

Natural de Brasília, ele iniciou sua carreira militar em 1983 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e recebeu uma promoção para general de brigada em 2016. Entre 2018 e 2020, Fernandes chefiou o Comando de Operações Especiais, em Goiânia (GO), responsável pela formação dos “kids pretos”, grupo especial do Exército.

Em 2020, o militar passou para a reserva e recebeu cargos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, atuando como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e exercendo a função de ministro interino.

Segundo mensagens obtidas pela Polícia Federal, Fernandes coordenou os golpistas em acampamento instalado em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, repassando informações do governo e ajudando financeiramente os bolsonaristas.

Ele era “o ponto focal do governo de Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas”, segundo a PF. “O general Mario Fernandes possuía influência sobre pessoas radicais acampadas no QG-Ex, inclusive com indicativos de que passava orientações de como proceder e, ainda fornecia suporte material e/ou financeiro para os turbadores antidemocráticos”, diz o documento enviado ao Supremo.

O general ainda tinha “elevado grau de influência e liderança” nos acampamentos golpistas. “Se trata, de fato, de um dos militares mais radicais que integrava o mencionado núcleo militar”, prossegue o documento.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Artigo Anterior

Vídeo que fala que Nikolas Ferreira se disfarçou de mendigo conta história fictícia

Próximo Artigo

PBH espera pela municipalização do Anel Rodoviário ainda no 1º semestre

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!