
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), use tornozeleira eletrônica após ter a prisão revogada pela Casa Legislativa. Ele também terá que cumprir uma série de outras medidas cautelares.
A votação dos deputados estaduais do Rio aprovou a revogação da prisão de Bacellar por 42 votos a favor, 21 contra e 2 abstenções. A medida exigia pelo menos 36 votos favoráveis para ser validada. O magistrado determinou as medidas na decisão em que acatou a votação da Alerj.
As medidas cautelares incluem o afastamento do cargo de presidente da Alerj e recolhimento domiciliar durante a noite, das 19h às 6h. Ele deve se abster de se comunicar com outros investigados, entregar todos os passaportes e suspender o porte de armas de fogo.
O ministro também determinou que a tornozeleira eletrônica seja instalada imediatamente após o cumprimento do alvará de soltura de Bacellar. Caso alguma das medidas impostas seja descumprida, Moraes estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil.

Bacellar foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de dezembro, sob a suspeita de ter vazado informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun. A ação foi deflagrada em setembro e envolveu a prisão de Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, preso por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, com suspeitas de negociar armas para o Comando Vermelho.
O político foi preso dentro da Superintendência da Polícia Federal no Rio após ser convidado para uma reunião por Fábio Galvão, superintendente da corporação. Ele recebeu voz de prisão assim que chegou e teve o celular apreendido.
Agentes também apreenderam R$ 90 mil no carro em que Bacellar estava. Ele ficou em silêncio ao ser questionado sobre a origem do dinheiro.