Na manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua casa, em Brasília, e no escritório do Partido Liberal (PL). A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), resultou na imposição de uma série de medidas restritivas ao ex-presidente.
Por ordem de Moraes, Bolsonaro deverá usar uma tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar as redes sociais. Além disso, ele deve cumprir recolhimento domiciliar das 19h às 7h durante a semana e em tempo integral nos fins de semana. Também está impedido de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus ou investigados pelo STF.
A defesa do ex-presidente declarou que recebeu a notícia com “surpresa e indignação”, chamando as medidas de “severas” e afirmando que Bolsonaro sempre cumpriu as determinações do Judiciário.
Durante a operação, foram encontrados cerca de US$14 mil (R$77 mil) em dinheiro vivo na residência de Bolsonaro. Também foi encontrado R$8 mil em dinheiro vivo.
Apoiadores de Bolsonaro, como os deputados Hélio Lopes e Carlos Jordy (PL), classificaram as ações da PF como uma “perseguição”, enquanto deputados governistas, como o deputado Guilherme Boulos (PSOL), celebraram as medidas e afirmaram que “a hora da verdade está chegando”.
Na última segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido a condenação de Bolsonaro por sua suposta liderança em uma suposta “tentativa de golpe”. Em sua manifestação ao STF, o procurador Paulo Gonet reiterou que o ex-presidente tinha conhecimento da chamada “trama golpista” e que as articulações foram lideradas por ele. A soma das penas pode resultar em até 43 anos de prisão.