Luís Roberto Barroso, ministro do STF e alvo do plano golpista. Foto: Rosinei Coutinho/STF

Nesta terça-feira (26), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada do sigilo do relatório da Polícia Federal no chamado “inquérito do golpe”, que investiga uma tentativa de golpe de Estado no final do governo Jair Bolsonaro (PL), em 2022. Apesar disso, a delação premiada do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, permanece sob sigilo.

O relatório da PF, agora público, aponta indícios da participação de Bolsonaro, do general Braga Netto, candidato a vice em sua chapa no pleito e ex-ministro da Defesa, e de Mauro Cid em uma intentona que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente em 2022.

O material foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), comandado por Paulo Gonet, responsável por avaliar se apresentará denúncias formais contra os envolvidos.

Com o envio do relatório à PGR, caberá ao órgão analisar as provas reunidas e decidir se denunciará Bolsonaro e seus auxiliares ao STF. Caso a denúncia seja aceita, os envolvidos passarão à condição de réus e poderão responder judicialmente pelos atos investigados.

O inquérito da Polícia Federal foca nas ações de desestabilização ocorridas entre o final de 2022 e o início de 2023, incluindo discursos que descredibilizaram o sistema eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além da descoberta de planos golpistas. Entre os elementos mais marcantes estão a chamada “minuta do golpe”, encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, e mensagens interceptadas no celular de Mauro Cid e na sede do Partido Liberal (PL), sigla de Bolsonaro, em Brasília.

Na semana passada, a operação Contragolpe revelou um plano que incluía o assassinato de autoridades como o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Barroso. Esses fatos, somados às articulações golpistas, reforçam a gravidade do caso investigado.

Embora relacionados ao objetivo de desestabilizar o governo Lula, os atos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram a sede dos Três Poderes em Brasília, estão sendo tratados em um inquérito à parte.

As investigações apontam também que integrantes da cúpula das Forças Armadas atuaram, nos bastidores, para tentar excluir os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira do inquérito da PF, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Heleno, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Nogueira, ex-ministro da Defesa, ocuparam posições de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar das articulações, os esforços não tiveram sucesso. Ambos estão entre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal (PF) na última semana, junto com Bolsonaro, sendo acusados de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 26/11/2024