Moraes determina prazo de 10 dias para governo Tarcísio explicar programa de escolas cívico-militares

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estabeleceu um prazo de 10 dias para que o governador Tarcísio de Freitas e a Assembleia Legislativa de São Paulo prestem esclarecimentos sobre a lei que criou o programa das escolas cívico-militares no estado.

A decisão decorre de um pedido feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que questiona a constitucionalidade da lei, alegando que as consequências do programa “põem em risco a ordem democrática”.

O programa prevê que policiais militares deem aulas sobre o funcionamento do Estado e conceitos sobre Democracia. As aulas fariam parte da atividade extracurricular chamada “Projeto Valores”, com encontros semanais ministrados por militares.

A ação do PT alerta para a “iminência de militarização de cerca de 100 escolas públicas, com a ocorrência de militarização precoce de crianças e adolescentes”.

O partido também menciona “designação de pessoas para cargos de monitoria sem formação para o exercício da profissão de educador, nem realização de concurso de provas e títulos para o exercício da função”.

Após as explicações do governador e da Alesp, os autos serão encaminhados para apreciação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que também deverão se manifestar quanto ao pedido feito pelo PT.

Leia o despacho na íntegra:

Tramita em paralelo a essa, uma outra ação que também questiona a legalidade do programa educacional paulista, protocolada pelo PSOL.

Neste caso, Tarcísio de Freitas já se manifestou nos autos, em defesa da criação de escolas cívico-militares.

O governador alega que o modelo busca “a promoção dos direitos humanos e do civismo, o respeito à liberdade e o apreço à tolerância como garantia do exercício da cidadania e do compromisso com a superação das desigualdades educacionais”.

O objetivo do modelo, segundo o partido, seria substituir gradualmente os profissionais da educação por militares a serem escolhidos, em última instância, pela Secretaria de Segurança Pública.

O projeto pretende empregar os militares da reserva para desempenhar uma função parecida à do agente escolar, profissional cuja remuneração atual é 1.878,60 reais.

Os bedéis de luxo, no entanto, poderão receber mais de 6 mil reais por mês, se cumprirem 40 horas de jornada semanal, além dos vencimentos da aposentaria. O valor está acima do piso salarial dos professores, de 5.050 reais.

2º questionamento

Artigo Anterior

Lula poderá indicar de uma só vez três mulheres para tribunal

Próximo Artigo

Grande incêndio atinge dezenas de casas em favela na Zona Sul de São Paulo

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!