A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão preventiva do general da reserva João Silva Netto
destaca a existência de provas robustas que vinculam o ex-ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL) à tentativa de golpe de Estado em 2022. De acordo com Moraes, Netto teria atuado para obstruir as investigações conduzidas pela Polícia Federal, além de ter participado ativamente no planejamento do golpe.
Segundo a decisão, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, forneceu informações cruciais sobre a conduta dolosa de Netto. O militar teria procurado Cid após este fechar o acordo de colaboração com a polícia, buscando acessar dados sigilosos da delação. Documentos obtidos em buscas e apreensões também indicam que o general tentou impedir a elucidação completa dos fatos.
“A Polícia Federal aponta provas robustas de que o investigado concorreu para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades, além de ter atuado para obstruir as investigações em curso”, escreveu Moraes no despacho.
A PF apurou que Netto foi um dos principais articuladores do plano golpista conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”. O esquema tinha como objetivo o assassinato de figuras centrais do cenário político, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes. Segundo as investigações, o general obteve e repassou recursos para financiar a operação.
A reunião que definiu os detalhes do plano ocorreu em novembro de 2022, antes da posse do governo eleito. Participaram do encontro outros militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”.
O objetivo era criar uma crise institucional para manter Bolsonaro no poder, restringindo o funcionamento do Poder Judiciário e impedindo a posse do novo governo.
Além de ordenar a prisão preventiva de Netto, o STF autorizou buscas em sua residência no Rio de Janeiro, localizada em Copacabana. O general será mantido sob custódia no Comando Militar do Leste, com base na prerrogativa de que militares em atividade ou reserva respondem inicialmente à Justiça Militar.
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