O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta terça-feira 17 que o Google forneça, em até 48 horas, os dados do responsável por inserir a “minuta do golpe” na internet. A decisão foi protocolada na ação que investiga o núcleo crucial da trama golpista.
O pedido de informações foi feito pela defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do DF. Foi justamente na casa de Torres que a Polícia Federal o documento para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Os advogados do ex-ministro justificam que é necessária uma perícia para constatar se a minuta encontrada na casa de Torres é a mesma que circulava na internet. Assim, segundo a defesa, é possível saber se ele foi o responsável por colocar o documento na internet.
Em seu depoimento ao STF no último dia 10, Torres confirmou que o documento estava em sua posse, mas disse que era só mais um dos que ele sempre recebia de apoiadores do ex-presidente. O erro, conforme Torres, foi não ter destruído o texto.
“Eu nunca discuti esse assunto, eu não trouxe isso à tona. É uma fatalidade que era para ter sido destruída há muito tempo, mas o documento era muito mal escrito, cheio de erro português, até o nome do tribunal estava errado. Então não é da minha lavra, não sei quem fez, não sei quem mandou fazer, nunca discuti esse tipo de assunto”, afirmou Torres após ser questionado por Moraes.