O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou, nesta terça-feira 4, que a Secretaria de Administração Penitenciária do estado de São Paulo detalhe, em até dez dias, as condições de segurança do hacker Walter Delgatti.
Moraes também ordenou que a pasta se pronuncie sobre a pertinência e a viabilidade de transferir Delgatti para a penitenciária de Tremembé (SP), conforme solicitado pela defesa, que apontou risco de vida de seu cliente no Centro de Detenção Provisória de Araraquara (SP). Após as respostas, o ministro ouvirá a Procuradoria-Geral da República.
Em 2023, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, condenou o hacker a 20 anos e um mês de prisão, além de 736 dias-multa, no âmbito da Operação Spoofing. À época, Delgatti já estava preso preventivamente — por ordem de Moraes — devido ao processo sobre uma invasão ao sistema informatizado do Poder Judiciário.
A decisão de Leite atingiu também outros seis investigados pela invasão de celulares de autoridades, a exemplo de procuradores da Lava Jato. A ação dos hackers deu origem à série de reportagens conhecida como Vaza Jato.
As matérias decorrentes dos diálogos expuseram a proximidade extraoficial entre integrantes do Ministério Público Federal envolvidos na operação, liderados por Deltan Dallagnol, e magistrados responsáveis por julgar os processos, especialmente Sergio Moro.
No pedido de transferência levado ao STF, a defesa do hacker afirma que ele seria “amplamente conhecido” por causa da Operação Spoofing. O argumento é que a “notoriedade do réu” e o “clima de polarização política” teriam gerado ameaças contra ele.