O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou nesta sexta-feira 16 pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que solicitava o cancelamento de uma série de audiências com testemunhas do caso da trama golpista.

Os advogados do ex-capitão buscavam o cancelamento das oitivas para ampliar o prazo em que poderia analisar novas provas juntadas ao caso contra ele. As novas provas, contudo, não representaram mudança em relação à denúncia da Procuradoria-Geral da República, considerou o magistrado no despacho.

“A disponibilização desse material, entretanto, em nada alterou os fatos imputados na acusação, consubstanciada na denúncia oferecida pelo Ministério Público e o conjunto probatório em que foi baseada e que, em um primeiro momento foram analisados pelo Poder Judiciário em sessão de recebimento da denúncia e cuja instrução probatória terá inicio com a audiência para oitiva das testemunhas indicadas”, escreveu Moraes.

Bolsonaro tentou postergar o andamento da ação penal após dizer que morreria na cadeia caso fosse condenado. “Não vou sair do Brasil. Me prenda. Está previsto 40 anos de cadeia. Me prendam. Estou com 70, já, quase morri na última cirurgia. Vou morrer, não vai demorar”, declarou, ao canal AuriVerde Brasil no YouTube.

O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o ex-chefe da Marinha Carlos de Almeida Baptista Junior têm depoimentos marcados para a próxima segunda-feira, dia 19.

Outras testemunhas, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente do PL, Valdemar da Costa Netto, devem ser ouvidas ainda em maio.

O ex-presidente se tornou réu em março deste ano, acusado dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Fazem companhia ao ex-presidente no chamado “núcleo 1” – o chamado “núcleo crucial” – Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

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Last Update: 17/05/2025